Só 27% do crédito à habitação tem baixa eficiência energética

A maioria dos imóveis financiados pela banca às famílias apresenta níveis de eficiência energética elevados, e só 4% dos créditos agregam uma situação de vulnerabilidade e de ineficiência energética.

Para a maioria das famílias, a compra de casa é o maior e mais importante investimento. Segundo os resultados do Censos de 2021, a maioria das famílias, cerca de 70%, é proprietária ou coproprietária do imóvel onde vive.

Estes números tornam a transição climática e a eficiência dos imóveis um elemento relevante nas contas das famílias. Desde logo porque uma casa com pouca eficácia energética irá exigir mais gastos com a fatura da luz e da água, e também o imóvel tenderá a valorizar menos.

Para a banca, estes dados são também relevantes no cálculo do risco que incorrem na concessão de um crédito à habitação. Daí que, atualmente, já há bancos a conceder uma bonificação sobre o spread oferecido mediante o nível do certificado energético do imóvel financiado.

Na carteira de crédito à habitação dos bancos, a transição climática não é um problema. “Dos empréstimos à habitação sob análise, 63% do montante estava concentrado nos quintis de intensidade energética mais elevados”, revela o Banco de Portugal no primeiro relatório sobre a exposição ao risco climático do setor bancário publicado, publicado esta quinta-feira.

Significa que menos de um terço do crédito à habitação apresenta uma baixa eficiência energética. Além disso, os dados recolhidos pelo Banco de Portugal revelam que apenas 4% do montante de crédito à habitação apresenta simultaneamente uma baixa eficiência energética e um rácio loan-to-value (LTV) superior a 80%.

“Esta análise permite, assim, concluir que dos empréstimos bancários com um maior grau de risco – aqui identificados como rácios loan-to-value (LTV) atuais superiores a 80% – apenas uma pequena proporção tenderá a ter uma eficiência energética mais baixa“, revela o Banco de Portugal.

Para o banco central, “é importante acompanhar este indicador no futuro, bem como os efeitos futuros de possíveis fatores mitigantes como (i) requisitos legais mais exigentes em termos de certificação energética, (ii) condições mais exigentes da oferta de crédito para novos empréstimos, e (iii) incentivos que possam ser desenvolvidos para uma melhoria da eficiência energética de imóveis mais antigos.”

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