Genéricos passam barreira de 50% na quota de mercado pela primeira vez

Há 31 anos que os medicamentos genéricos começaram a ser vendidos em Portugal. Setor já tem 51,2% da quota de mercado. Permitiu poupanças de 260 milhões ao Estado e famílias este ano.

O número de medicamentos genéricos no mercado português atingiu um novo recorde este ano, tendo registado uma quota de mercado de 51,2% em abril. É a primeira vez que a fasquia dos 50% é ultrapassada e representa uma subida de 1,9% face ao ano passado.

No dia em que se comemoram 31 anos desde que os medicamentos genéricos começaram a ser vendidos em Portugal, a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN) realça que este “marco histórico” se traduz no “aumento do acesso ao medicamento, na contribuição para a sustentabilidade das famílias e do SNS e na libertação de recursos para o financiamento da inovação“. “Todavia, continuam a existir ineficiências que impedem uma maior adoção”, denota a presidente da associação, citada em comunicado.

O mercado dos medicamentos genéricos tem vindo a crescer desde então, na sequência da maior sensibilização para a utilização destes medicamentos — que têm a mesma eficácia, segurança e qualidade que os originais –, bem como à boleia de algumas medidas implementadas, como é o caso do incentivo pago pelo Estado às farmácias por cada embalagem de genéricos vendida.

Se comparamos com o início do século a diferença é notória: em 2003, os medicamentos genéricos representavam apenas 6,9% da quota de mercado, segundo os dados divulgados pela APOGEN. E só em 2012 passaram a barreira dos 40%.


Ainda assim, Portugal continua a ter uma quota de mercado de medicamentos genéricos abaixo de outros países europeus, nomeadamente da Alemanha (83%) e Reino Unido (85%). “Continua-se a assistir à saída de medicamentos genéricos do mercado devido à sua inviabilidade económica”, alerta a associação referindo que, no ano passado, “dos medicamentos (apresentações) descontinuados, 67% eram medicamentos genéricos”. Ao mesmo tempo, “no início desta semana, do total de medicamentos (apresentações) em rutura no site do Infarmed, 79% eram medicamentos genéricos. Tal condiciona o acesso das populações à saúde e impacta negativamente os custos suportados pelos doentes e pelo SNS”, reitera.

A presidente da APOGEN apela ao Governo para “criar um consenso que permita um equilíbrio entre a sustentabilidade da despesa em saúde com a competitividade e atratividade da indústria farmacêutica que investiga, desenvolve, produz e comercializa” estes medicamentos. Só este ano, a venda de medicamentos genéricos permitiu gerar uma poupança de cerca de 260 milhões de euros ao Estado e às famílias portuguesas, segundo o contador da associação.

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