Armando Pereira só conhecerá medidas de coação na próxima semana, diz advogado
O cofundador da Altice e outros dois suspeitos já estão no tribunal para serem inquiridos pelo juiz Carlos Alexandre. Medidas de coação só deverão ser conhecidas segunda, terça ou mesmo quarta-feira.
Armando Pereira, cofundador da Altice, e outros dois suspeitos já estão no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa para serem interrogados pelo juiz Carlos Alexandre, depois de terem sido detidos na quinta-feira no âmbito de uma investigação da Inspeção Tributária de Braga, por suspeitas de crimes de crimes de corrupção privada, na forma ativa e passiva. Medidas de coação só deverão ser conhecidas segunda, terça-feira, podendo derrapar para quarta, diz advogado. Pelo menos até lá ficam detidos.
Segundo a CNN Portugal os suspeitos começaram a chegar pelas 9h00 para identificação pelo juiz e serem presentes a primeiro interrogatório. Além de Armando Pereira, foram também detido Álvaro Gil Loureiro, administrador em sociedades ligadas a Hernâni Vaz Antunes, parceiro de negócios do co-fundador da Altice, e uma das filha, Jéssica Antunes. Hernâni Vaz Antunes também está indiciado pelo Ministério Público mas não foi ainda localizado pelas autoridades para ser detido.
Pedro Marinho Falcão, o advogado de Armando Pereira, esclareceu à porta do tribunal que os detidos já foram identificados e o procurador Rosário Teixeira já entregou “uma pen com praticamente todo o dossiê”.
“Foi dado prazo para consulta do processo e entregues os factos de que são neste momento objeto de imputação, para decidirmos se vão prestar declarações”, disse em declarações transmitidas pelas televisões. “É uma decisão que a defesa vai tomar depois de analisar a informação, de analisar o processo e depois de conferenciarmos com os nossos clientes”, acrescentou. A decisão será tomada após o almoço.
A CNN Portugal avançou entretanto que todos os arguidos irão prestar declarações. A primeira a ser ouvida será Jéssica Antunes, seguindo-se Álvaro Gil Loureiro e, por fim, o cofundador da Altice. Os trabalhos do tribunal terminam às 17h e no domingo estará encerrado, retomando na segunda-feira às 9h00.
“Até que sejam conhecidas as medidas de coação provavelmente só na segunda ou terça-feira“, antecipou ao fim da manhã Pedro Marinho Falcão. Uma vez que os depoimentos poderão ser longos, o advogado disse depois à estação de televisão que Armando Pereira poderá só conhecer as medidas de coação na quarta-feira. Até lá, ficarão detidos no Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.
Armando Pereira, Álvaro Gil Loureiro e Jéssica Antunes foram detidos na quinta-feira. O Ministério Público explicou em comunicado que “as suspeitas que levaram à realização das diligências indiciam a viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência. Esses factos são suscetíveis de constituir crimes de corrupção privada, na forma ativa e passiva”.
O Ministério Público e a Autoridade Tributária suspeitam de que o Estado e o grupo Altice podem ter sido lesados em mais de 100 milhões de euros.
Um dos negócios suspeitos é a venda de quatro prédios em Lisboa por cerca de 15 milhões de euros, tendo os compradores ligações a um circuito empresarial que foi criado em Braga, na Zona Franca da Madeira e no Dubai, e com relações com o empresário Hernâni Vaz Antunes, familiares e sócios.
(notícia atualizada às 12h44 com mais informação)
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