Sines vai “continuar a trabalhar” no projeto de instalação de eólicas ‘offshore’
Apesar de a proposta inicial ter sido "profundamente alterada", presidente da Câmara de Sines defende que é necessário "continuar a trabalhar" na instalação de eólicas sobre o mar na região.
O presidente da Câmara de Sines (distrito de Setúbal), Nuno Mascarenhas, defendeu esta terça-feira que é necessário “continuar a trabalhar” no projeto de instalação de eólicas offshore no litoral alentejano, apesar de a proposta inicial ter sido “profundamente alterada”.
Segundo o autarca, que integra a Comissão Consultiva do Plano de Afetação de áreas marítimas para exploração de energias renováveis (PAER), em representação da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), “a proposta inicial foi profundamente alterada”.
A CIMAL, que integra os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira (Beja), deu parecer negativo em relação às áreas propostas para o litoral alentejano.
Os municípios demonstraram a sua discordância relativamente à proposta para a área portuária de Sines, que previa a instalação de um parque eólico ‘offshore’ a cerca de duas milhas da costa.
“O que me deixa insatisfeito é que a proposta inicial foi profundamente alterada, sobretudo porque o parque fixo que existia junto à Costa do Norte foi retirado, […] e foi feita uma redução dos parques a norte e a sul de Sines”, disse à Lusa, acrescentando que o parque a sul foi “afastado da linha de costa”.
“Vamos continuar a trabalhar para que a versão final possa satisfazer todas as partes”, ressalvou, por outro lado.
Nuno Mascarenhas disse ser importante a compatibilização destes projetos “com a pesca e com a vinda de novos cabos submarinos” para este território, além dos “valores naturais e paisagísticos”.
“Estamos perto de reservas [naturais], a norte, e do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a sul“, sublinhou.
O grupo de trabalho para as eólicas offshore propôs que, numa primeira fase, seja disponibilizada uma capacidade até 3,5 gigawatts (GW) em Viana do Castelo, Leixões e Figueira da Foz, ficando Sines e Ericeira-Cascais fora desta fase.
“Propõe o grupo de trabalho que, numa primeira fase, seja disponibilizada uma capacidade até 3,5 GW em Viana do Castelo, Leixões e Figueira da Foz, sujeita a um ou mais procedimentos concorrenciais”, informou o Governo, em comunicados enviados pelos ministérios da Economia e do Mar, do Ambiente e Ação Climática, e das Infraestruturas.
A restante capacidade deverá ser atribuída em fases subsequentes, até 2030, até perfazer 10 GW.
Prevê-se que o PAER seja aprovado no último trimestre de 2023.
Em 30 de maio, a secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, disse que o leilão eólico offshore seria lançado até ao final deste ano, devendo o vencedor ser conhecido em 2024.
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