“Desde que as taxas subiram, a Caixa não executou nenhuma casa”, diz Macedo
Líder da Caixa reconhece que há problemas pontuais de famílias com dificuldades em pagar a casa ao banco, mas recusa que seja um "problema transversal" no país.
“Não há nenhum problema transversal no crédito à habitação em Portugal”. É assim que o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, responde aos apelos políticos de que os bancos – e, no seu caso, o banco público – devem fazer mais para apoiar as famílias que atravessam dificuldades por conta da subida acentuada das taxas de juro.
O líder da Caixa reconheceu que há problemas pontuais. “Há um conjunto de famílias com dificuldades, são franjas. Os casos tem sido resolvidos e tem-se encontrado soluções para a generalidade dos clientes com esta conjuntura”, destacou Paulo Macedo na apresentação dos resultados semestrais. O banco do Estado viu o lucro subir 25% para mais de 600 milhões de euros, com a margem financeira a disparar.
Mas “nem tudo são rosas”, acrescentou. “Se as taxas continuarem a subir muito tempo e se mantiverem elevadas de forma prolongada, poderá haver um agravamento das situações que até agora têm sido acomodadas”.
Sobre as reestruturações, Paulo Macedo revelou que foram renegociados mais de 17 mil contratos, o que corresponde a menos de 5% da carteira do banco público. Das quais 16 mil partiram da iniciativa da Caixa.
“Desde que as taxas subiram, a Caixa não executou nenhuma casa”, garantiu, notando que o banco não tomou posse de nenhuma habitação por incumprimento contratual no último ano e meio, quando as Euribor começaram a subir de forma mais acentuada.
Bancos pressionaram Governo nos Certificados? “É um mito”
Paulo Macedo disse ainda que tem havido muita concorrência nos juros dos depósitos, lembrando que já se situam entre 2% e 3%. “Relativamente à remuneração que a Caixa está a dar, há cada vez um menor desajustamento” em relação aos juros dos créditos, apontou.
Questionado sobre as críticas e especulação de que os bancos pressionaram o Governo para baixar a taxa de juro dos Certificados de Aforro, devido à fuga de depósitos, o líder da Caixa disse que é “um mito”.
“Comigo ninguém falou. É um mito. Não acredito que isso tenha acontecido”, referiu o gestor bancário.
Por outro lado, Paulo Macedo sugeriu que o Governo podia voltar a emitir as chamadas OTVR, Obrigações do Tesouro dirigidas para o retalho e que seria do interesse dos bancos.
(Notícia em atualização)
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