Lucros da Navigator caem 15% no primeiro semestre
A produtora de pasta e papel registou um resultado líquido de 137,4 milhões de euros na primeira metade do ano, com as vendas a recuarem 14% face a igual período do ano passado.
A The Navigator Company registou um lucro líquido de 137,4 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2023, o que representa um recuo de 15,1% face a igual período do ano passado. Ainda assim, este foi o segundo melhor primeiro semestre da história da empresa.
Entre janeiro e junho deste ano, o volume de negócios da produtora de pasta e papel ascendeu a 979,5 milhões de euros, o que compara com os 1.142,1 milhões faturados na primeira metade de 2022 (-14,2%). Os dados foram divulgados em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A empresa liderada por António Redondo destaca, por outro lado, que “o foco das equipas na eficiência das operações e controlo de custos, a par com a manutenção dos preços internacionais de papel e tissue, em níveis ainda historicamente elevados, não obstante a correção face aos máximos atingidos em 2022, permitiu alcançar um EBITDA de €253 milhões e uma margem EBITDA de 25,8%”.
Depois de um ano de 2022 marcado por uma “anormal escassez de oferta papeleira” na Europa, que levou a um “volume anormal” de encomendas”, houve uma normalização das condições de mercado que condicionaram “fortemente” o setor no primeiro semestre deste ano, “tendo-se assistido à continuação do processo lento de redução dos stocks acumulados em toda a cadeia de distribuição”.
“Este desequilíbrio afetou significativamente a procura em todos os segmentos de papel, à exceção do segmento de tissue [que registou um aumento das vendas de 20% em termos homólogos]. Condicionado pelo atual contexto de abrandamento económico, o processo de destocking está a demorar mais do que o antecipado”, sublinha a empresa no mesmo comunicado.
No que toca aos custos, assinala que no primeiro trimestre verificou-se “uma redução dos custos variáveis nomeadamente de logística, de energia e de algumas matérias-primas, que se acentuou, de forma significativa, ao longo do segundo trimestre”. O que, “aliado ao esforço de manutenção de preços e enriquecimento do mix de produto, compensou parcialmente a redução de volumes de venda de papel”.
Desta forma, contabiliza a Navigator, fechou os primeiros seis meses do ano com uma “quebra acentuada dos cash costs em todos os segmentos, uma redução média de cerca de 8% nos segmentos de pasta e papel e de perto de 5% no segmento de tissue, face aos registados no último semestre de 2022”. Os custos fixos totais acabaram por situar-se 1% acima dos custos fixos do período homólogo, “bem abaixo da evolução da inflação”.
O endividamento líquido situa-se nos 573 milhões de euros, impactado pelo desembolso associado à aquisição da Gomà-Camps Consumer no primeiro trimestre e pela distribuição de 200 milhões de dividendos no segundo trimestre. O rácio dívida líquida remunerada / EBITDA situou-se em 0,89, “consolidando o perfil de robustez financeira exibido pelo grupo nos últimos anos”.
Numa outra nota enviada ao mercado esta sexta-feira, a The Navigator Company informou que, a partir de 1 de agosto, António Quirino Vaz Duarte Soares vai substituir João Paulo Araújo Oliveira, que renunciou ao cargo de administrador executivo e cessa funções no final de julho. João Paulo Oliveira vai ser o CEO da Triangles, uma empresa de quadros para bicicletas elétricas, adquirida pela Semapa em junho.
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