CEO da Altice Portugal vai fazer “o que for possível” para recuperar reputação da empresa
Numa reunião com os colaboradores da companhia, Ana Figueiredo fez um apelo para o virar de página na sequência da 'Operação Picoas', desencadeada em 13 de julho, e que levou a várias detenções.
A presidente executiva (CEO) da Altice Portugal, Ana Figueiredo, assegurou aos colaboradores, numa reunião interna na terça-feira, que podem contar com a responsável para trabalhar o que lhe “for possível para recuperar a reputação” da empresa.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Altice Portugal confirmou a reunião com todos os colaboradores (6.300), em que presencialmente e online assistiram mais de 3.000.
Neste encontro, de acordo com alguns colaboradores da empresa, Ana Figueiredo fez um apelo para o virar de página na sequência da ‘Operação Picoas’, desencadeada em 13 de julho, que levou a várias detenções — entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira — e que contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP). Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
A gestora, que acumula o cargo de chairwoman [presidente do conselho de administração] desde 19 de julho, apelou ainda para a tranquilidade e foco das equipas e à confiança no trabalho que vem sendo desenvolvido.
Os factos são, obviamente, preocupantes, são sérios, e têm vindo a ser tomados sob análise e em consideração por parte de todo o management team, não só ao nível de Portugal como do grupo.
“Os factos são, obviamente, preocupantes, são sérios, e têm vindo a ser tomados sob análise e em consideração por parte de todo o management team [equipa de gestão], não só ao nível de Portugal como do grupo”, afirmou Ana Figueiredo, citada pelos colaboradores.
“O que queremos, no final, e virando a página, é que esta empresa, que sempre se pautou pela transparência e pela ética, continue a atuar nesse sentido”, prosseguiu, recordando que cresceu naquela “casa” e que “talvez 80%” da sua vida profissional “tenha sido feita” na empresa.
“Sabemos, e eu sei, que isto não nos representa. Trabalho aqui há mais de 20 anos e trabalhei diariamente para ajudar a colocar a empresa no lugar em que ela merece estar. E o que vocês podem contar de mim, daqui para a frente, é trabalhar o que me for possível para recuperar a reputação da nossa empresa, e colocá-la onde merece estar, onde todos vocês, como nossos colaboradores, merecem estar”, rematou a CEO.
Na sequência da ‘Operação Picoas’, Alexandre Fonseca suspendeu as suas funções no âmbito das atividades empresariais executivas e não executivas de gestão do grupo em diversas geografias, incluindo as posições de chairman em diversas filiais, entre as quais a da Altice Portugal, tal como o administrador da Altice Portugal João Zúquete da Silva, que tinha a área do património.
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