Governo espera que mercado laboral esteja numa “transição sem recuo”
Miguel Fontes realçou a descida "muito significativa" no desemprego jovem, que registou "a taxa mais baixa desde 2011" no segundo trimestre.
O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, considerou esta quarta-feira os dados do desemprego do INE “muito positivos”, com uma taxa de 6,1% no segundo trimestre, e disse esperar que o mercado laboral esteja numa “transição sem recuo”.
“Os dados que nós hoje conhecemos por via do INE [Instituto Nacional de Estatística] são dados muito, muito positivos”, afirmou à Lusa Miguel Fontes, referindo que a taxa de desemprego apurada para o segundo trimestre, de 6,1%, é “metade do valor” de 2015.
Miguel Fontes realçou a descida “muito significativa” no desemprego jovem, que registou “a taxa mais baixa desde 2011” no segundo trimestre e salientou a subida do nível de qualificação dos trabalhadores, que neste momento totalizam mais de cinco milhões de pessoas, “um número histórico”, sublinhou.
Apesar de defender que é preciso “uma visão prudente, sem qualquer tipo de triunfalismo” porque, “a todo momento, há uma situação que pode inverter estes números”, os dados de “pleno emprego” dão confiança relativamente ao futuro.
“Este é um momento único para podermos ter uma alteração estrutural no nosso mercado de trabalho”, melhorando os salários e as condições dos trabalhadores, “que nos permita projetar num horizonte de confiança de uma forma muito diferente do que durante muitos anos tivemos”, afirmou.
“Espero mesmo que nós estejamos numa transição já sem recuo, face àquilo que durante muito tempo foi o padrão de especialização da economia portuguesa, de uma economia muito assente na produção de bens e serviços de fraco valor acrescentado, muito ligada à nossa fraca estrutura de qualificações e consequente a baixas remunerações”, disse o secretário de Estado.
Segundo Miguel Fontes, o atual panorama “mostra que o país está a abraçar uma trajetória de desenvolvimento diferente” que “não se faz da noite para o dia”, mas que tem impactos positivos “numa população mais qualificada” que permite “atrair e promover empregos, projetos e investimentos, também eles mais qualificados”.
A taxa de desemprego fixou-se em 6,1% no segundo trimestre, o que representa uma subida homóloga de 0,4 pontos percentuais e uma descida de 1,1 pontos face ao trimestre anterior, segundo dados do INE hoje divulgados. Entre abril e junho, a população desempregada, estimada em 324.500 pessoas, diminuiu 14,7% (55.800) em relação ao trimestre anterior e aumentou 8,6% (25.700) relativamente ao homólogo.
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