Concurso para comprar baterias para navios elétricos da Transtejo só atraiu dois candidatos

  • ECO
  • 10 Agosto 2023

Entre os candidatos consta a espanhola Astilleros Gondán, que esteve para ganhar o fornecimento das baterias por ajuste direto, e a startup portuguesa Oceantia.

O polémico concurso lançado pela Transtejo para a aquisição de baterias para nove navios elétricos que estão a ser construídos em Espanha só atraiu dois candidatos.

Em causa está a compra de baterias para nove dos dez navios elétricos destinados a fazer as ligações fluviais de Lisboa com Cacilhas, Montijo e Seixal, que foram adquiridos sem baterias. O concurso foi lançado em junho com um preço base de 16 milhões de euros.

Segundo escreve a Transportes & Negócios, as propostas são da espanhola AstillerosGondán, que está já a construir os dez ferries elétricos para a Transtejo — e que esteve para ganhar o fornecimento das baterias por ajuste direto –, e da Oceântia, uma startup portuguesa dedicada à produção de autocarros elétricos.

O concurso foi lançado depois de, em março deste ano, o Tribunal de Contas (TdC) ter chumbado o contrato para a compra de baterias para os nove navios da Transtejo. Entre os motivos apresentados para declarar a ilegalidade do ajuste direto de 15,5 milhões de euros esteve o facto de considerar as baterias “uma parte integrante desses navios”. Seria como “comprar um automóvel sem motor, uma moto sem rodas ou uma bicicleta sem pedais”, lia-se no acórdão.

Os juízes consideraram ainda que a transportadora enganou deliberadamente o tribunal no concurso para a compra dos novos barcos. “Tinha perfeito conhecimento de que estava a faltar à verdade ao tribunal quando disse que iria recorrer a um concurso autónomo para o fornecimento das baterias, induzindo-o em erro”, apontou o TdC.

Na sequência deste acórdão do TdC, o conselho de administração da Transtejo acabou por apresentar a demissão. Na altura, a presidente do conselho de administração da transportadora, Marina Ferreira, argumentou que “o que esteve em causa foi não gastar dinheiro do Estado a mais”.

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