O que os empresariozinhos deviam aprender com Rui Nabeiro

O dinheiro é bom, não há nenhum burro que seja inimigo dele. O que mais impressiona não é o volume de notas é o que se faz com elas.

Os bons empresários estão para ganhar dinheiro, naturalmente, mas isso não é tudo na vida. A responsabilidade social é cada vez mais importante para a reputação dos mesmos. Se perguntarem a opinião dos portugueses sobre os homens que comandam as nossas empresas seriam poucos os que teriam avaliação positiva.

Há empresários e empresariozinhos que têm enorme notoriedade mas a reputação é um abismo negro. Rui Nabeiro é dos poucos que consegue juntar as duas palavras mágicas – notoriedade e reputação – que são a base de construção de uma boa comunicação.

A empatia que os portugueses têm por ele deriva de inúmeros factores. A sua simpatia natural, a sua simplicidade, a sua proximidade e facilidade de contacto, o saberem que construiu a sua carreira a pulso, com muito trabalho, suor e aventuras que davam muitos livros, sem encostos ao Estado ou favores da penumbra dos salões, a sua preocupação de toda uma vida com os seus e as suas gentes.

Campo Maior uma terra pequena e simpática no Alentejo deve tudo ao homem dos cafés. Esse é o seu lado mais humano que encanta porque dignificou a sua fortuna construindo e contribuindo para o bem de uma comunidade. “Greed is good” era o mantra dos “yuppies” seduzidos pelo “killer-instinct” de Gordon Gekko que tornava o dinheiro e a ostentação como o único fim dos negócios.

Ainda há muitos empresários saloios em Portugal que acham que impressionam os papalvos porque ganham milhões e compram a frota toda de carros de luxo disponíveis. Isso é um desastre de “Public Relations” e revela um desconhecimento fatal sobre a natureza humana. O dinheiro é bom, não há nenhum burro que seja inimigo dele. O que mais impressiona não é o volume de notas é o que se faz com elas.

Respeito muito todos os empreendedores e empresários que criam riqueza e emprego, que têm uma ideia ou negócio e o desenvolvem com todo o afã. Existem muitas empresas que nem a imprensa conhece que são bandeiras do nosso talento e das nossas competências e que, posteriormente, com as mais-valias que realizam servem a comunidade. Não respeito, e julgo que ninguém respeita, é o chico-esperto que se acha um “mogul” e que se ilude a si próprio só porque se deita na companhia de uma dinheirama.

A Delta já percebeu que o seu fundador é o melhor cartão-de-visita para a sua marca. E todos já viram Rui Nabeiro a ser a cara da publicidade da mesma, isso é a melhor síntese das palavras mágicas que enunciei no início do artigo. Em vez de lerem uns livros de uns magos de gestão, de verem uns filmes com o Michael Douglas para se inspirarem, de irem ao stand de uma marca de luxo, mais vale aprenderem com um grande empresário português, alentejano, que vos diz que é bom ser milionário porque com isso se pode ajudar os outros.

Por decisão pessoal, o autor não escreve de acordo com o novo acordo ortográfico.

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