Subida dos juros põe rentabilidade da banca em máximos

Lucros em máximos, malparado em mínimos e liquidez estável. Assim foi o segundo trimestre do ano para a banca portuguesa.

Os ventos da subida dos juros continuam a soprar a favor dos resultados dos bancos. A rentabilidade do setor nunca esteve tão alta: o ROE, que mede os lucros em relação aos capitais próprios, atingiu os 13,7% no final do segundo trimestre, mais 4,8 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo os dados revelados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, os bancos tiveram um lucro anual de 5,04 mil milhões de euros até junho, no que resultou na maior taxa de ROE em pelo menos uma década, os últimos dados que estão disponíveis.

Os banqueiros têm como referência um ROE acima de 10% para que a atividade bancária compense o custo de capital dos acionistas e os bancos se tornem atrativos para continuarem a receber investimentos e assim desenvolverem o seu negócio.

Olhando para a rentabilidade do ativo (ROA), teve um aumento homólogo 0,44 pontos percentuais, para 1,16% em junho.

“A evolução da rendibilidade refletiu o aumento da margem financeira (contributo de +1,01 pp para o ROA), que foi parcialmente compensado pelo aumento das provisões e imparidades (contributo de -0,34 pp)”, refere o supervisor no relatório Sistema Bancário Português relativo ao segundo trimestre de 2023.

ROE dispara

Fonte: Banco de Portugal

No que diz respeito à estrutura de balanço, apesar da fuga de depósitos para os Certificados de Aforro na primeira metade do ano, os bancos mantêm níveis de liquidez robustos, com o rácio de transformação de depósitos em crédito a situar-se nos 79,6% — por cada 100 euros de depósitos, 79,6 euros estão aplicados em crédito. Já o peso do financiamento obtido junto dos bancos centrais diminuiu 1,6 pontos percentuais para 1,4% do ativo.

Ainda em relação à liquidez, o rácio de cobertura de liquidez manteve-se acima dos 200% no final do segundo trimestre, o dobro do requisito regulamentar.

Quanto à qualidade dos ativos, o rácio de empréstimos não produtivos (NPL) registou uma queda anual de 0,3 pontos percentuais para 3,1%. Os bancos ainda tinham 9,69 mil milhões de euros em ativos tóxicos.

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