Horta Osório: Reino Unido vai lucrar 600 milhões com resgate ao Lloyds

O CEO do banco britânico antecipou aos acionistas que o Tesouro irá conseguir uma mais-valia de 600 milhões de euros face ao total que tinha injetado na instituição.

500 milhões de libras, ou o equivalente a cerca de 600 milhões de euros. Esta é a mais-valia que o Reino Unido deverá conseguir em resultado do resgate ao Lloyds, segundo os cálculos de Horta Osório.

O número foi avançado à Bloomberg pelo CEO do banco britânico que foi alvo de resgate público em assembleia de acionistas que decorreu esta quinta-feira. Este valor é conhecido quando, segundo as próprias palavras de Horta Osório, o Lloyds está “a poucos dias” de passar totalmente para mãos privadas, no seguimento da redução de participação do Tesouro britânico. De acordo com o banqueiro português, o Tesouro britânico irá recuperar em excesso cerca de 500 milhões de libras (592 milhões de euros), face ao total da injeção pública.

A divulgação deste valor acontece depois de, em abril, Phillip Hammond, ministro das Finanças do Reino Unido, ter afirmado que o Tesouro já tinha conseguido recuperar as 20,3 mil milhões de libras injetadas na instituição, em 2009. No seguimento desse resgate, os contribuintes britânicos chegaram a ter uma participação de 43% no maior banco privado do país. Atualmente, a posição pública no Lloyds é de 0,25% do capital, segundo avançou Norman Blackwell, chairman do banco, aos acionistas.

“Recuperar todo o dinheiro que os contribuintes injetaram no Lloyds é um marco significativo no nosso plano de construir uma economia que funcione para toda a gente”, disse o chanceler Philip Hammond, responsável máximo do Tesouro, em abril. “Foi correto ajudar durante a crise financeira, mas o Governo não deve estar no negócio de controlar os bancos no longo prazo. O sítio certo para eles é no setor privado e tenho satisfação em dizer que nos aproximamos do ponto em que vendemos as nossas últimas ações no Lloyds”, acrescentou na ocasião.

Foi correto ajudar durante a crise financeira, mas o Governo não deve estar no negócio de controlar os bancos no longo prazo. O sítio certo para eles é no setor privado e tenho satisfação em dizer que nos aproximamos do ponto em que vendemos as nossas últimas ações no Lloyds

Philip Hammond

Ministro das Finanças do Reino Unido

Esta intervenção aproxima-se assim de ter um desfecho positivo para os contribuintes britânicos. “Estamos muito orgulhosos pelo facto de o governo ter recebido mais do que 20,3 mil milhões de libras”, disse Horta Osório, hoje perante os acionistas do banco. “Estamos a poucos dias de um grande marco”, acrescentou.

Recorde-se que em fevereiro, a instituição apresentou lucros de 973 milhões de libras, ou cerca de 1,15 mil milhões de euros. O valor, apesar de abaixo das estimativas dos analistas, compara com os prejuízos de 507 milhões de libras registados um ano antes. Com os resultados, o banco propôs um aumento do dividendo a pagar aos acionistas de 3,05 pence por ação (2,55 pence mais um dividendo extraordinário de 0,5 pence), um aumento de 13%.

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