Portugal Exportador com atenções centradas na sustentabilidade
A 18ª edição do maior evento de negócios do país decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, a 19 de outubro.
Num dia marcado pela tempestade Aline, nem a chuva forte demoveu centenas de pessoas de marcarem presença em mais uma edição do Portugal Exportador, desta vez com especial enfoque na sustentabilidade e nos temas do ESG (fatores ambientais, sociais e de governança).
Precisamente por isso, a organização criou o Green Trade Lab, um espaço didático e esclarecedor que permitiu a troca de ideias com especialistas em ESG e a apresentação de casos de estudo em pequenas e médias empresas (PME) exportadoras.
No painel com o tema “E-como ser uma empresa verde?”, participaram Inês Santos (Forteams LAB), Pedro Ávila (Diretor Sustentabilidade Operacional da REN) e Joana Oliveira (Artevasi). Todos os intervenientes concordaram que, atualmente, os mais variados mercados internacionais impõem grandes requisitos em termos de sustentabilidade. No que toca à Artevasi, por exemplo, Joana Oliveira revela que já começou a produzir vasos com matéria-prima reciclada mas que “os custos do embalamento dificultam o processo”. Para Inês Santos, é “importante que eduquemos as gerações mais jovens” no que diz respeito à sustentabilidade. Uma opinião partilhada por Pedro Ávila, que considera ser urgente “que as pessoas estejam devidamente informadas”.
Já no painel “S –A relevância de devolver à sociedade”, foram a debate Rui Pedro Silva (Cork Supply), Filomena Frade (Louritex) e João Redol (Neutroplast). Rui Pedro Silva reafirmou que, dentro da Cork Supply, foram adotadas “estratégias para evitar o bullying corporativo”. Para Filomena Frade, “a prioridade é o S interno. Queremos que os nossos trabalhadores percebam que têm ali condições de trabalho que não são tão comuns quanto isso”. João Redol destacou a política da Neutroplast: “Para sermos melhores precisamos de ter as melhores pessoas e estar no melhor ambiente”.
Também houve espaço para falar de felicidade laboral no painel “Pessoas felizes, negócios de sucesso”, que levou ao palco Rita Cruz (Auchan), Lídia Tarré (Gelpeixe) e Luís Castanheira Lopes (Grupo Pestana). Todos salientaram que a indústria e a distribuição estão de parabéns pela forma como geriram e se adaptaram à covid-19. Para Lídia Tarré, “há que gerir com alma”. Luís Castanheira salientou o trabalho feito durante a pandemia: “Em 15 dias, o Grupo Pestana fechou 100 hotéis. Era preciso dar esperança às pessoas e a comunicação contínua e reiterada foi muito importante”. Rita Cruz garante que a Auchan quer ter um impacto cada vez mais positivo na sociedade e que, por isso, “já vende roupa em segunda mão e tem também a 2good2go2”.
E porque, sobretudo as PME, necessitam de ajuda financeira, o penúltimo painel do dia debateu as “Oportunidades de financiamento e apoio disponível às empresas”, com a presença de Pedro Wilton (Systemic) e Maria João Veiga Gomes (AICEP). Para Pedro Wilton, “as empresas têm cada vez mais dificuldades em obter financiamento se não explicarem o que se está a fazer em termos de ESG”. Já Maria João Vieira Gomes considera que “as empresas que queiram manter a competitividade têm de começar já hoje a captar investimento estrangeiro”.
O último painel do Green Trade Lab assentou no tema “Ganhar confiança com uma reputação na área da sustentabilidade” e contou com José Pedro Luís (CVA), Carlos Bessa (Corticeira Amorim) e Fernando Teixeira (FAPIL). José Pedro Luís assume que tem havido uma maior procura por parte das empresas no que diz respeito à consultoria em termos de estratégia relativamente à sustentabilidade. Para Carlos Bessa, a aposta no conhecimento é crucial e, por isso, “a Corticeira Amorim investe, em média, 11 milhões de euros por ano em investigação e desenvolvimento”. Fernando Teixeira garante que a FAPIL se preocupa imenso com “o que vai parar ao mar, a poluição. O plástico continua a ser um material sustentável, mas tem de ter um justo caminho. Todos nós somos chamados a intervir. Temos de juntar o melhor de cada um.”
De salientar que o grande objetivo do Portugal Exportador é a internacionalização das empresas portuguesas. Ao longo dos últimos 18 anos, a iniciativa já apoiou mais de 20 mil PME exportadoras.
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