Sistema de pensões português é dos menos sustentáveis do mundo, segundo a Mercer
O sistema de pensões de Portugal pontua muito mal no que diz respeito à sustentabilidade, mas muito bem no que diz respeito ao fornecimento de rendimentos adequados aos reformados.
O sistema de pensões de Portugal é dos menos sustentáveis do mundo, mostra o índice construído pela Mercer e pelo CFA Institute, que foi divulgado esta quarta-feira. Entre os 47 países analisados, só seis pontuam pior do que Portugal no que diz respeito à sustentabilidade das pensões, incluindo a vizinha Espanha. Ainda assim, Portugal conseguiu o primeiro lugar na tabela, quanto à adequação dos rendimentos assegurados pelas reformas.
Vamos por partes. No que diz respeito ao ranking global – que abrange não só a sustentabilidade e a adequação, mas também a integridade –, a liderança é ocupada pelos Países Baixos, que conquistaram uma classificação geral de A e um total de 85 pontos. Seguem-se a Islândia (A e 83,5 pontos) e a Dinamarca (A e 81,3 pontos).
Já do outro lado da tabela, é a Argentina que aparece como pior sistema de pensões do mundo, com uma classificação de D e 42,3 pontos.
E Portugal? Por cá, o sistema de pensões conseguiu uma classificação de B e 67,4 pontos, ou seja, longe do nível registado nos Países Baixos, mas distante também da pontuação da Argentina.
Ainda assim, Portugal pontua muito mal num dos sub-índices considerados: no que diz respeito à sustentabilidade, conseguiu apenas 32 pontos, longe dos 83,8 pontos registados na Islândia, mas perto dos 23,7 pontos verificados em Itália. Aliás, só seis países estão numa situação pior que a portuguesa, incluindo Espanha (28,5 pontos).
De notar que a sustentabilidade do sistema de pensões português há vários anos que está em discussão, mas o bom desempenho do mercado de trabalho tem dado um contributo positivo, já que tem resultado em maiores contribuições para os cofres da Segurança Social.
Numa nota enviada às redações, a Mercer e o CFA Institute sublinham que “várias economias e sistemas de pensões foram pressionados pela queda das taxas de natalidade, afetando negativamente as classificações de sustentabilidade de países como a Itália e a Espanha”. Ainda assim, vários sistemas asiáticos, incluindo a China continental, Coreia, Singapura e Japão, promoveram reformas para melhorar as suas pontuações nos últimos cinco anos, observam os especialistas.
Por outro lado, quanto ao sub-índice que mede se os rendimentos assegurados pelas pensões são adequados, Portugal lidera, com 86,7 pontos. Logo atrás vêm os Países Baixos (85,6 pontos) e a Islândia (85,5 pontos). Em contraste, a Coreia do Sul, com 39 pontos, é o país que pontua pior neste âmbito.
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