Mais portugueses foram despedidos em setembro do que há um ano
Peso dos despedimentos no novo desemprego foi o que mais aumentou em termos homólogos em setembro, entre os vários motivos que explicam as inscrições no IEFP.
Subiu o número de portugueses que em setembro se inscreveram nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), após terem sido despedidos. Tanto em comparação com o registado no mês anterior, como face ao verificado há um ano. De acordo com as contas do ECO, o peso dos despedimentos no novo desemprego aumentou mais de 1% em termos homólogos, numa altura em que os empregadores enfrentam uma série de desafios, da inflação aos efeitos dos conflitos em curso na Ucrânia e no Médio Oriente.
Vamos por partes. De acordo com os dados divulgados esta semana, ao longo do último mês, 54.677 indivíduos inscreveram-se nos centros de desemprego. Destes, 6.511 chegaram ao IEFP na sequência de um despedimento.
Precariedade continua a ser o motivo que mais leva portugueses ao desemprego
Fonte: IEFP
Ora, em agosto, 5.375 indivíduos tinham feito inscrições por esse motivo. E em setembro de 2022 tinham sido feito 5.663 inscrições por essa razão. Ou seja, o número de trabalhadores despedidos subiu, em termos absolutos, tanto em cadeia, como em termos homólogos: 1.136 indivíduos e 848 indivíduos, respetivamente.
Além disso, segundo os cálculos do ECO, entre os vários motivos que justificam as inscrições nos centros do IEFP, o peso dos despedimentos no total do novo desemprego foi o que mais subiu face há um ano.
Em setembro deste ano, 11,91% das inscrições feitas ao longo do mês na sequência de despedimentos. Há um ano, a fatia de inscrições justificadas por esse motivo tinha sido de 10,25%. Tal significa que se verificou agora um agravamento de 1,66 pontos percentuais (p.p.).
Em comparação, o peso da precariedade (fim de trabalho não permanente) no novo desemprego cresceu 0,43 pontos percentuais entre setembro de 2022 e setembro de 2023, ainda que esse se tenha mantido como o motivo mais frequente para as inscrições no IEFP.
Aliás, das 54 mil inscrições totais registadas ao longo do último mês, quase metade (25.636) foram relativas a indivíduos que viram os seus contratos não permanentes chegar ao fim.
Também o peso das pessoas que se despediram no total do novo desemprego cresceu, em termos homólogos, 0,76 pontos percentuais em setembro, para 7,42%. Em setembro, 4.057 chegaram aos centros de desemprego depois de se terem despedido, acima dos 2.804 indivíduos registados no mês anterior e dos 3.683 indivíduos contabilizados há um ano.
Estas inscrições ocorreram ao longo do mês, pelo que não se pode dizer que todas as pessoas estejam ainda desempregadas. Por outro lado, os totais referidos não abrangem todos os desempregados, uma vez que nem todos se inscrevem no IEFP.
No fim do mês de setembro, havia um total de 300.113 indivíduos desempregados inscritos no IEFP, valor que é superior em 4,5% ao registado há um ano e em 1,6% ao verificado no mês anterior. Há três mês consecutivos que o desemprego registado está a agravar-se, daí que os economistas indiquem que este pode ser um “sinal preocupante” ao qual estar atento, numa altura em que se multiplicam os desafios colocados aos empregadores, da inflação às taxas de juro, passando pelos impactos da guerra na Ucrânia e da guerra entre Israel e o Hamas.
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