Escassez de mãos deixa empresas mais abertas a contratar talento sénior
Empresas enfrentam escassez de talento, o que as tem deixado mais abertas a candidatos que outrora talvez não teriam contratado, nomeadamente pessoas com percursos profissionais com interrupções.
Confrontadas com sérias dificuldades no recrutamento de trabalhadores, as empresas estão a apostar em candidatos “não tradicionais”, nomeadamente pessoas mais velhas, com percursos profissionais com interrupções ou que tenham competências adquiridas, por exemplo, através de videojogos. Esta é uma das conclusões do estudo “O futuro do trabalho tem huManpower”, que foi divulgado esta segunda-feira pela empresa de recursos humanos Manpower.
“Para fazer face à escassez de talento histórica, que é a mais elevada dos últimos 17 anos a nível global, e acompanhar as transformações tecnológica, ambiental e do mercado de trabalho, as empresas estão cada vez mais abertas a reverem as suas estratégias de talento, abrindo oportunidades a candidatos não tradicionais”, é sublinhado nessa análise.
No que diz respeito ao talento sénior, hoje cerca de 35% das empresas inquiridas dizem-se mais disposta a contratar trabalhadores com idades mais avançadas, “que podem ser requalificados e trazer competências diferenciadas para desempenhar as funções necessárias”.
Por outro lado, há neste momento maior abertura para considerar candidatos cujas competências tenham sido adquiridas através de videojogos.
“Estes jogos contribuem para o desenvolvimento de competências humanas como a capacidade de aprendizagem, o pensamento crítico, o raciocínio e o trabalho em equipa. Por este motivo, atualmente 57% dos empregadores a nível global afirma que consideraria as competências de gaming no processo de recrutamento, e 65% afirma que o fará no futuro”, detalha a Manpower.
O estudo conhecido esta segunda-feira dá conta também que as competências humanas – as chamadas soft skills – têm conquistado cada vez mais peso nos processos de recrutamento, “em praticamente todos os setores”. “Competências como a comunicação, a colaboração e o trabalho em equipa são, atualmente, as soft skills mais valorizadas, com 46% dos empregadores a referir que estes são os atributos mais importantes a considerar durante o processo de recrutamento“, é avançado.
Também as competências de raciocínio e a resolução de problemas são hoje consideradas fundamentais para 34% das empresas, e a resiliência e adaptabilidade são referidas por 32% dos empregadores.
Além de mudanças no recrutamento, a escassez de talento tem alterado a forma como os empregadores olham para as suas equipas, apostando na sua capacitação, através de programas de upskilling e reskilling. Tanto que, neste momento, 76% dos empregadores já admitem planear investir na formação das suas equipas, “para que os profissionais consigam desenvolver as competências necessárias para responder aos desafios emergentes”.
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