Privatizar a TAP em 2024? “Não será fácil”, diz CEO
Cortes salariais na companhia aérea voltam a ser levantados este mês, exceto para a administração. CEO da companhia aérea perspetiva mais "um bom ano" em 2024.
A queda do Governo obriga a adiar a venda da participação do Estado na TAP. O presidente executivo da TAP considera que “não será fácil” concluir a privatização da companhia aérea em 2024, com a operação a poder cair para 2025. No próximo ano, a transportadora voltará a ter “um bom ano”, diz Luís Rodrigues. A empresa já levantou os cortes salariais em dezembro, exceto para a administração, que continuará com uma redução de 30%.
A demissão do Governo veio interromper o processo de venda do capital da TAP, que terá de ser relançado pelo próximo Executivo. Conclui-la em 2024 “não será fácil”, afirmou esta terça-feira o CEO da companhia, à margem de um encontro com jornalistas. “Nós vamos estar em campanha eleitoral durante seis meses, primeiro para as legislativas e depois para as europeias. Muita coisa pode acontecer”, acrescentou. O responsável continua a defender que a privatização “é a melhor solução”.
Apesar da venda ter ficado suspensa, o CEO da transportadora referiu que continuam a existir contactos informais com os interessados já conhecidos. São eles a Lufthansa, a Air-France KLM e o grupo IAG, dono da Iberia e da British Airways. “Informalmente todos eles têm dito que percebem perfeitamente as condições políticas e estão a aguardar”, revelou o responsável.
A expectativa é que depois dos resultados recorde já atingidos este ano, que o próximo também seja positivo. “Estamos a trabalhar para um bom ano”, afirmou Luís Rodrigues, perspetivando 2024. O crescimento será, no entanto, mais baixo do que em 2023.
“Nós temos de nos habituar a um crescimento moderado [das receitas] de 3% a 4% ao ano, não àquilo que foi o pós-covid”, afirmou o CEO da companhia aérea. No caso da TAP, “estamos a olhar para um orçamento um bocadinho mais agressivo que isso”, disse Luís Rodrigues. “Nós estamos a ver as reservas que temos no nosso sistema e não estamos a assistir a nenhum abrandamento“, acrescentou.
Os cortes salariais, que tinham sido repostos em novembro, voltaram a ser levantados com a aprovação pelo Governo dos contratos coletivos ainda em falta. O montante correspondente ao corte do mês passado é pago esta semana. O vencimento de dezembro já virá sem reduções. “Em dezembro já teremos salários sem cortes”, garantiu o CEO da transportadora. Só os administradores executivos continuarão com uma redução, de 30%.
A TAP “começou o ano como um saco de pancada”
“Nós estamos apostados em que a TAP saia das notícias e portanto vamos trabalhar para isso acontecer. O ano de 2023 foi uma montanha russa inacreditável. A TAP começou o ano como um saco de pancada, com a Comissão Parlamentar de Inquérito“, referiu Luís Rodrigues.
“Depois de imenso trabalho de toda a gente chegamos a esta altura de ter uns ótimos resultados em 2023 e a perspetiva de continuar em 2024”, afirmou. “Com essa sucessão de bons resultados o mundo da aviação vai olhar para nós com outros olhos e o país vai olhar para nós com outros olhos“, prometeu. Vamos fazer da TAP um tema que nos orgulhe a todos.
Luís Rodrigues não se quis pronunciar sobre as conclusões do relatório da Comissão Técnica Independente sobre o reforço na capacidade aeroportuária na região de Lisboa, que apontou Alcochete como a localização com mais vantagens. “A TAP não se pronuncia sobre isso. A nossa missão é levar passageiros de um lado para o outro seja qual for o aeroporto”, disse o CEO.
(notícia atualizada às 16h50)
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