Recurso ao trabalho temporário está em queda. Fábricas de componentes automóveis lideram contratações
Este ano tem havido menos colocações de trabalho temporário em Portugal, segundo o barómetro da APESPE-RH e do ISCTE. Maioria dos contratados tem mais de 40 anos e a escolaridade básica.
O trabalho temporário está em queda. Entre julho e setembro, houve cerca de 101 mil colocações deste tipo, o que corresponde a um recuo de 6,6% face ao registado há um ano, segundo o barómetro elaborado pela Associação Portuguesa de Empresas do Setor Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH) e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE).
“No total, a diminuição do número de colocações no terceiro trimestre face ao mesmo período do ano anterior foi de 6,6%: 107.976 em 2022 contra 100.819 em 2023″, é sublinhado no barómetro divulgado esta quarta-feira.
Em maior detalhe, em julho verificou-se um recuo de 4,4% das colocações de trabalho temporário (menos 1.599 indivíduos do que há um ano), em agosto uma quebra de 8,2% (menos 2.818 pessoas do que há um ano) e em setembro uma nova diminuição de 7,3% (menos 2.740 indivíduo face ao mesmo mês de 2022).
Ainda assim, considerando o terceiro trimestre de 2023 na íntegra, há a destacar um crescimento de 0,3% das colocações de trabalho temporário face a 2021 e de 27,8% face a 2020.
Ou seja, apesar de estarem abaixo dos valores verificados há um ano, as colocações registadas entre julho e setembro de 2023 estão acima dos números contabilizados durante a pandemia, destacam a APESPE-RH e o ISCTE.
Quanto à caracterização dos trabalhadores temporários, o barómetro dá conta que no terceiro trimestre entre 25% a 27% dos colocados tinham idades acima dos 40 anos.
“O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (56% a 58% no 3º trimestre do ano). As colocações de ensino secundário (entre 35% a 37%) ocupam o segundo lugar. As pessoas com licenciatura mantêm cerca de 6% das colocações“, é detalhado.
A atual imprevisibilidade económica, política e social que se vive em Portugal e no resto da Europa influenciam a contração da atividade no setor.
Além disso, é adiantado que foram as empresas de “fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis” que mais recorreram ao trabalho temporário (cerca de 12% a 13%), entre julho e setembro. Seguiram-se as fornecedoras de refeições para eventos e outras atividades de serviço, representando cerca de 7% das colocações registas em setembro.
“Ao longo de 2023, verificamos um decréscimo de colocações face ao ano anterior. Isto demonstra, mais uma vez, como a atual imprevisibilidade económica, política e social que se vive em Portugal e no resto da Europa influenciam a contração da atividade no setor”, sublinha Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH, citado em comunicado.
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