Maló de Abreu nega “mudar de camisola” para o Chega e diz que PSD tem “estruturas medíocres”

Depois de mais de 40 anos de militância no PSD, Maló de Abreu anuncia a desvinculação do partido por discordar "da forma como estão a ser constituídas as listas" e como é gerido o grupo parlamentar.

António Maló de Abreu diz que a decisão de se desvincular do PSD foi “solitária” e justifica que esta foi tomada por discordar “absolutamente da forma como estão a ser constituídas as listas” para as eleições de 10 de março e de como “é gerido” o grupo parlamentar dos social-democratas. Na visão do antigo vice-presidente da direção de Rui Rio, o partido tem atualmente estruturas “medíocres” e está a tentar ” enganar o eleitorado” através da coligação Aliança Democrática (AD) que servirá para “para mascarar um resultado eleitoral”.

“Discordo absolutamente da forma como estão a ser constituídas as listas” para as eleições legislativas antecipadas e “frontalmente da forma como é gerido o grupo parlamentar“, pelo que “entendi fazer uma demonstração pública de desagrado”, afirmou António Maló de Abreu, em declarações transmitidas pela RTP3, sobre a sua desvinculação do PSD, após mais de 40 anos como militante dos social-democratas.

O deputado sinalizou ainda que “houve um conjunto de circunstâncias” que o levaram a tomar a decisão, apontando ainda para o “desprezo absoluto” que o grupo parlamentar do PSD, atualmente liderado por Joaquim Miranda Sarmento, “teve pelos deputados”. “Nenhum grande assunto foi discutido nas reuniões do grupo paramentar“, afiançou o o antigo vice-presidente da direção de Rui Rio, referindo que apenas se discutiram “questões de mercearia”.

Maló de Abreu defendeu ainda que o PSD se tornou num “partido de estrutura” e que “tenta enganar o eleitorado através de uma coligação”, que a seu ver, servirá “para mascarar um resultado eleitoral”, numa alusão ao regresso da histórica coligação que junta PSD, CDS-PP, Partido Partido Popular Monárquico (PPM) e um conjunto de independentes. Para o deputado, que com a desvinculação pediu para passar a não-inscrito, o “PSD vai-se alavancar nas estruturas existentes que são basicamente medíocres”.

Maló de Abreu adianta ainda que a sua decisão foi “solitária”, mas admite que mal tomou a decisão falou com Rui Rio. Além disso, nega que o Chega ou qualquer outro partido lhe tenha feito algum convite e acusa as estruturas do PSD de tentarem “enlamear” a sua tomada de posição, dizendo que vai “mudar de camisola”.

“Se receber algum convite de quem quer que seja responderei diretamente e confidencialmente”, sublinhou, acrescentando que neste momento não está “disponível para absolutamente nada”. “Estive deputado. Cumpri a minha missão. Não estou à espera de voltar para o Parlamento“, garantiu.

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