PCP diz que é preciso acabar com acordo de regime entre PS e PSD na saúde

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2024

Paulo Raimundo disse que o problema com que o país está confrontado, "é que o pacto de regime que o PSD propõe, ou propôs, está em vigor".".

O secretário-geral do PCP considerou esta quarta-feira estar já em vigor um acordo de regime entre PS e PSD na saúde, que visa “desmantelar o SNS”, e defendeu que é necessário “acabar com ele de uma vez por todas”.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião com a Ordem dos Médicos, em Lisboa, Paulo Raimundo foi questionado sobre o desafio, feito este domingo pelo ex-bastonário Miguel Guimarães num evento da Aliança Democrática (AD), para celebrar “um acordo de regime” sobre a saúde entre os vários partidos. Na resposta, Paulo Raimundo disse que o problema com que o país está confrontado, “é que o pacto de regime que o PSD propõe, ou propôs, está em vigor”.

“E o pacto, qual é? Desmantelar o SNS. Uns com umas medidas mais enroladas, outras mais claras, mas, infelizmente para a vida dos médicos, dos enfermeiros, dos técnicos e, em particular para a vida dos utentes, esse pacto está em vigor”, disse. Para o secretário-geral do PCP, não é preciso “criar um pacto”, o que é preciso “é acabar de uma vez por todas com o pacto que está em vigor”.

Já questionado sobre a proposta do novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, para um programa de saúde oral no SNS, Paulo Raimundo salientou que é “muito importante” e é uma medida que o PCP apoiará, mas considerou que não é o problema principal atualmente. “Essa é uma questão para resolver, e não há nenhuma razão para não ter sido já resolvida, mas o problema é que nós temos hoje é que há um milhão e 700 mil pessoas sem médico de família, esse é que é o grande problema”, disse.

Paulo Raimundo defendeu que Pedro Nuno Santos faz parte de um partido “que tem estado no Governo e que tem estado a acelerar esse caminho de desmantelamento do SNS”, salientando que “esse é que é o problema para resolver”. “Não vale a pena estarmos a empurrar com a barriga, sem resolvermos os problemas que hoje estão em cima da mesa. O que nós precisávamos era de ter uma resposta para: como é que vamos resolver o problema da falta de médicos hoje”, disse.

Sobre a reunião com a Ordem dos Médicos – na qual o PCP esteve representado por Paulo Raimundo e pelos membros do Comité Central Jorge Pires e Bernardino Soares –, o líder comunista destacou que houve uma “grande convergência” na ideia de que “é preciso salvar o SNS”.

Paulo Raimundo defendeu ainda que é preciso valorizar e respeitar os profissionais do SNS e criar condições de trabalho, salientando também que é preciso “aumentar salários”, mas ressalvando que “as questões financeiras, que são importantes, não são decisivas para a larga maioria dos profissionais e, neste caso, dos médicos”.

Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, considerou que a reunião foi “importante, muito interessante”, concordando as duas partes que é necessário “capacitar o SNS, nomeadamente com mais recursos humanos, com uma capacidade de previsão, de antecipação dos problemas”.

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