“Próxima decisão do BCE será uma decisão de corte” das taxas, diz Centeno
Governador do Banco de Portugal frisou que as taxas vão continuar num nível muito restritivo, mas adiantou que BCE irá normalizar a política monetária na próxima decisão que tomar.
O governador do Banco de Portugal adiantou que a próxima decisão do Banco Central Europeu (BCE) será “uma decisão de corte” das taxas diretoras. “Não sabemos quando vai acontecer, mas sabemos a tendência da decisão de política monetária”, adiantou esta quinta-feira Mário Centeno.
“Se a inflação mantiver, nos próximos meses, o trajeto feito até aqui, é expectável que a próxima decisão do BCE seja uma decisão de corte”, disse o também membro do conselho de governadores do banco central do euro na conferência Fórum Banca, organizada pelo Jornal Económico.
"Se a inflação mantiver, nos próximos meses, o trajeto feito até aqui, é expectável que a próxima decisão do BCE seja uma decisão de corte.”
Centeno considerou que “foi muito importante” a decisão de setembro que deu início “ao período de pausa das taxas diretoras”. “Foi um momento de transmitir previsibilidade neste processo que não tem paralelo”, referiu.
Agora, “se a inflação nos der este espaço para agir, podemos iniciar um ciclo de normalização das taxas próximas do seu nível neutral”, à volta dos 2%”, acrescentou o governador, lembrando, ainda assim, que a restritividade da política monetária ainda se “vai fazer sentir muito meses”, mas vai “gradualmente” reduzir-se nos próximos meses.
Entre julho de 2022 e setembro de 2023, o BCE aumentou as taxas diretoras em 450 pontos base num esforço para travar a escalada da inflação na Zona Euro, mas nas últimas três reuniões decidiu fazer uma pausa.
Os analistas antecipam que o banco central liderado por Christine Lagarde poderá começar a baixar as taxas de juro a partir do verão, apontando para três a quatro cortes ao longo deste ano.
A inflação na Zona Euro baixou para 2,8% em janeiro, com a inflação subjacente – que exclui os preços da energia, alimentação e álcool e tabaco — a ceder para 3,3%, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta quinta-feira pelo Eurostat.
(Notícia atualizada às 10h15)
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