Lucro do Novobanco subiu 33% em 2023 para 743 milhões

Os resultados alcançados em 2023 foram fortemente impactados por uma quase duplicação da margem financeira, como resultado de um ambiente favorável de taxas de juro ao longo do ano.

O Novobanco fechou as contas de 2023 com lucros de 743,1 milhões de euros, 32,5% acima dos 560,8 milhões registados em 2022, com os resultados a serem fortemente impactados por uma quase duplicação da margem financeira, que passou de 625,5 milhões em 2022 para 1.142,6 milhões de euros em 2023, como resultado do ambiente favorável das taxas de juro ao longo de todo o ano.

“Em 2023 o banco apresentou um conjunto de fortes resultados, superando todas as metas financeiras, e evidenciando um consistente histórico de execução e entrega”, refere Mark Bourke, CEO do Novobanco num comunicado enviado esta sexta-feira ao mercado.

O aumento de 82,7% da margem financeira no ano passado foi impulsionado pelo diferencial de 2,75 pontos percentuais entre a taxa média ativa (créditos concedidos), que foi de 4,16% (face aos 1,79% registados em 2022), pela taxa média passiva (oferecida nos depósitos) de 1,4% (face aos 0,31% registados em 2022).

Em termos operacionais, o banco revela também uma melhoria do nível de eficiência do rácio cost to income comercial, com os custos operacionais a baixarem de um montante equivalente a 49% do produto bancário comercial em 2022 para 33% em 2023, superando inclusive as previsões iniciais do banco que apontavam para um rácio de 35%.

“O rácio reflete o desempenho do produto bancário comercial (+56,6%) versus os custos operativos (+6,9%), que foram influenciados pela inflação e pelo continuado investimento na simplificação da organização”, lê-se no comunicado do Novobanco publicado na CMVM.

O crédito concedido a clientes manteve-se praticamente inalterado, com o banco a fechar 2023 com uma concessão de 25,5 mil milhões de euros (menos 0,5% face a 2022), “dos quais 54% concedido a empresas (56% em dez/22), 40% de crédito habitação (39% em dez/22) e 6% de crédito ao consumo e outros.”

O banco revela que os créditos não produtivos (NPL) reduziram 17,7% em 2023, para 1.133 milhões de euros e que o rácio líquido de NPL decresceu para 0,7% e o bruto para 4,4%, com um nível de cobertura de 84,3%. No entanto, a instituição liderada por Mark Bourke revela que registou um reforço de imparidades e provisões no montante de 173,8 milhões de euros, 56,3% face a 2022.

Na componente de depósitos, o Novobanco terminou o ano com 28,1 mil milhões de euros nos seus cofres, menos 1,1% face a 2022, “tendo a quota de mercado dos depósitos evoluído para 9,7% em nov/23 (dez/22: 9,3%)”, refere o banco.

Aos depósitos somam-se ainda 6,8 mil milhões de euros de outras disponibilidades, que permitiram ao banco fechar o ano com recursos totais de 34,9 mil milhões de euros, baixando assim o rácio de transformação (depósitos em crédito) de 83,3% para 81,2%.

Os números do Novobanco destacam ainda um crescimento de 28% do produto bancário para 315,9 milhões de euros, um aumento de 27,7% do capital próprio para 4.126 milhões de euros e um aumento de 560 pontos base para 21% do rácio de solvabilidade, “sendo também influenciado pelo aumento líquido de 100 milhões de euros de instrumentos Tier 2 após a emissão da nova obrigação subordinada Tier 2 de 500 milhões de euros com vencimento em 2033”, refere o banco em comunicado.

Destaque ainda para o aumento de 1,4 pontos percentuais do nível de eficiência com que o banco opera e utiliza os seus ativos para gerar lucros a longo prazo, com a rendibilidade dos ativos próprios a passar de um rácio de 19% em 2022 para 20,4% no final do ano passado.

Os resultados alcançados em 2023 pelo Novobanco, assim como a recente atribuição de um rating de investment grade de “BBB-” pela Fitch, ajudam a colocar o banco no radar de potenciais futuros acionistas do banco, dado que, em julho do ano passado, em entrevista ao ECO, o CEO do Novobanco referiu a intenção da instituição entrar em bolsa este ano

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