Aumento das exportações é “janela de oportunidade” para o país
O ministro Manuel Heitor considerou esta quinta-feira que Portugal tem oportunidades para aproveitar face a uma "nova fase da balança comercial" e ao atual "contexto internacional".
Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, considerou esta quinta-feira que a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos é “uma notícia excelente” que “deve orgulhar a todos”. O ministro disse ainda que o país vive “uma nova fase da balança comercial” e que existem “novos desafios”, como o de transformar o aumento das exportações numa “garantia de sustentabilidade económica”. O governante abandonou mais cedo o Conselho de Ministros que se realizou esta tarde, em Lisboa, para estar presente na iniciativa “Software de Braga para o Mundo”, um conjunto de sessões de discussão tecnológica inserido na 2ª Semana da Economia de Braga, do qual o ECO é parceiro.
Numa longa intervenção improvisada, Manuel Heitor disse: “Temos hoje a certeza de que estamos a entrar em novos desafios porque exportar mais implica entrar em mercados mais sofisticados e isso requer mais conhecimento e o conhecimento requer trabalhos mais qualificados.” O ministro Manuel Heitor lembrou ainda que a Administração Trump apresentou esta semana a proposta de Orçamento do Estado, indicando que está debaixo de crítica pelos cortes que faz e pelas alterações de política de taxas de juro. Por isso, para o ministro, esta é uma oportunidade para Portugal.
“Neste contexto internacional, Portugal tem oportunidades. E tem aqui uma janela de oportunidade interessante se soubermos usar a alavanca do aumento das exportações recentes. Exige, obviamente, um esforço coletivo no apoio à formação, mas também no aumento do emprego qualificado”, sublinhou, acrescentando que certas “práticas de precariedade” na prática da ciência, da investigação e no “trabalho do dia-a-dia” podem fazer perder essa janela de oportunidade.
"Portugal tem aqui uma janela de oportunidade interessante se soubermos usar a alavanca do aumento das exportações recentes.”
Manuel Heitor considerou que ultrapassar o desafio passa por “alargar a base do conhecimento”, “elevar o topo do nosso sistema científico” e “continuar a investir seriamente e cada vez mais em cooperação internacional”, mas sem esquecer que é necessário diversificar o sistema, “criando instituições e estruturas que se diferenciem umas das outras, nomeadamente nos arranjos colaborativos”.
O evento decorreu na Universidade do Minho, onde o reitor, António Cunha, aproveitou para indicar que a instituição está “em condições de aumentar significativamente o número de estudantes”, mas assumindo a “impossibilidade” de o fazer por falta de parecer favorável do ministério nesse sentido. “É importante o ministro sentir este vibrar e perceber esta pressão que existe sobre o sistema”, acrescentou António Cunha.
Antes, no painel “Estratégia e Gestão em IT”, a falta de recursos humanos na área das engenharias já tinha sido um tema em cima da mesa. Confrontado com a situação e com o porquê de a Universidade do Minho não poder “dobrar o número de alunos”, o ministro Manuel Heitor destacou a necessidade de diversificar o ensino superior: “A questão não é a Universidade do Minho, é o sistema”, disse.
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