Jerónimo Martins, EDP, Sonae e BA Glass com nota máxima em ranking climático mundial

O ranking da Carbon Disclosure Project (CDP) é um dos mais badalados a nível global. Em 2023, cinco empresas portuguesas arrecadaram a máxima distinção.

Portugal está representado por cinco empresas na lista de “líderes climáticos” que é divulgada, anualmente, pelo Carbon Disclosure Project. Esta associação sem fins lucrativos reconhece os melhores desempenhos e transparência no que toca a matérias ambientais. De 2022 para 2023 detetam-se três repetentes, Jerónimo Martins, EDP e BA Glass, às quais se juntam a Sonae e Sonae MC.

As empresas que chegaram ao nível A da CDP no que respeita ao clima são as que conseguem mais claramente transmitir os respetivos impactos ambientais e as que estão, simultaneamente, mais bem preparadas para encetar ações positivas para o clima e natureza, de forma a mitigar esses impactos. Esta entidade avalia o desempenho no que respeita às alterações climáticas, mas também florestas e segurança da água.

“Este resultado positivo e em dose dupla é um reconhecimento muito importante, vindo da entidade que é a referência mundial nesta avaliação e que nos coloca no mesmo patamar de excelência dos gigantes da economia mundial”, comenta João Günther Amaral, administrador executivo da Sonae, num comunicado enviado à imprensa.

No último ano, a Sonae MC reduziu em 34% as respetivas emissões, face a 2018. Além disso, aponta a aplicação de medidas de eficiência energética, redução a dependência de combustíveis fósseis, através do aumento da produção própria de energia com fontes renováveis ou a descarbonização da frota.

No caso da EDP, é distinguida pela CDP pelo sétimo ano pelos esforços climáticos. É objetivo da energética portuguesa abandonar o carvão até 2025, ser 100% verde até 2030 e alcançar a neutralidade carbónica até 2040. Na categoria de “segurança de água”, a EDP ainda conseguiu um A-. Além da EDP, também a EDP Brasil recebeu a avaliação mais alta na área relacionada com transparência e performance na ação climática.

A Jerónimo Martins, além de pontuar no máximo na categoria climática, arrecadando um ‘A’, conseguiu um ‘A-‘ tanto na segurança da água como na floresta. E leva ainda outro troféu: é, pelo quarto ano consecutivo, a empresa retalhista alimentar a nível mundial com melhor classificação pelo CDP, indica fonte oficial.

Ainda assim, avisa a CDP, as empresas que estão no patamar mais elevado do seu ranking “não estão, de todo, no final da sua jornada ambiental”, já que todos os anos são atualizados os critérios de forma a adequá-los à evolução científica, necessidades dos stakeholders e dos mercados.

Esta evolução é notória também pela oscilação que se tem verificado quanto aos nomes portugueses que figuram no topo da lista. Consulte abaixo as empresas portuguesas distinguidas desde 2020. No ano de 2019, por exemplo, nenhuma empresa portuguesa integrou a “A List” da CDP e em 2018, os últimos dados agora acessíveis, distinguiam-se a Galp e a The Navigator Company.

 

Só 2% chegam ao topo

Em 2023, quase 400 empresas conseguiram o rótulo de “líderes globais” no que toca as alterações climáticas, integrando a Lista A (lista de topo) do CDP. Olhando às vitórias por tema, o clima leva a melhor, com 346 empresas a integrarem a lista de topo, contra apenas 30 que conseguiram o mesmo feito em relação à floresta e 101 no que toca à água.

“Os temas ambientais estão ligados e têm de ser abordados em conjunto”, defende a organização. No entanto, apenas dez empresas das mais de 2.300 que submeteram os dados nas três áreas à avaliação do CDP conseguiram um triplo A, isto é, a pontuação mais alta em todas as três categorias avaliadas (ver tabela abaixo).

Empresas que conseguiram distinguir-se em simultâneo nas três áreas avaliadas pelo CDP: Clima, Florestas e Água.

Não houve nenhuma empresa portuguesa a integrar a “A List” de nenhuma outra categoria além das alterações climáticas.

No último ano, mais de 740 instituições financeiras com mais de 136 triliões de dólares em ativos solicitaram às empresas que divulgassem dados sobre impactos ambientais, riscos e oportunidades por meio da plataforma do CDP, e um recorde de 23.000 empresas responderam. A CDP acabou assim por receber mais dados este ano – um crescimento de 24% face a 2022 –, mas o número de empresas a arrecadar nota A não subiu proporcionalmente, aumentando apenas 14%. Das 21.000 empresas avaliadas, apenas 400, ou seja 2%, se posicionaram no topo, como líderes.

"O reporte é uma ferramenta crítica para atingir os objetivos de neutralidade carbónica e evitar a prática de greenwashing.”

CDP

“Mais [empresas] devem responder com dados compreensivos e de alta qualidade, necessários para acelerar na ação climática”, defende a organização sem fins lucrativos. A mesma entende que “o reporte é uma ferramenta crítica para atingir os objetivos de neutralidade carbónica e evitar a prática de greenwashing”.

Alinhada com o método de reporte TCFD (Task Force on Climate-Related Disclosures), a CDP detém a maior base de dados ambientais do mundo, sendo as suas classificações usadas como referência em processos de decisão de investimento e compras rumo a uma economia sustentável e neutra em carbono.

Notícia atualizada com a informação de que a BA Glass também foi distinguida com a nota A em 2022, depois de retificação da CDP

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