PSP abre inquérito para apurar baixas médicas de 44 polícias do Corpo de Intervenção
O comandante da Unidade Especial de Polícia da PSP vai abrir um inquérito para apurar as baixas médicas de 44 polícias do Corpo de Intervenção e decidiu fazer alterações nos grupos operacionais.
O comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP vai abrir um inquérito para apurar as baixas médicas de 44 polícias do Corpo de Intervenção e decidiu fazer alterações nos grupos operacionais.
Num comunicado divulgado esta quarta-feira, a direção nacional da Polícia de Segurança Pública refere que 44 polícias pertencentes ao terceiro grupo operacional do Corpo de Intervenção (CI), integrado na UEP, apresentaram baixa médica no passado dia 4 de fevereiro.
A PSP avança que, tendo em conta “a situação inédita de 44 polícias de um grupo operacional terem apresentado baixa médica em simultâneo”, o comandante da UEP, Luís Carrilho, promoveu a abertura de processo de inquérito visando apurar as circunstâncias do ocorrido.
Segundo a polícia, o comandante daquela unidade da PSP decidiu também “extinguir o terceiro grupo operacional e distribuir estes polícias pelos restantes grupos operacionais do CI em Lisboa, reativando o sexto grupo operacional” para “manter a normal atividade operacional do Corpo de Intervenção”.
A PSP explica que o Corpo de Intervenção é constituído por cinco grupos operacionais em Lisboa, dois grupos operacionais no Porto e um grupo em Faro.
De acordo com esta força de segurança, o Corpo de Intervenção é uma força de reserva à ordem do diretor nacional da PSP, especialmente preparada e destinada a ser utilizada em ações de manutenção e reposição da ordem pública e combate a situações de violência concertada, bem como na colaboração com os comandos territoriais em ações de patrulhamento.
Por isso, “os polícias que nesta subunidade prestam serviço têm especiais deveres, designadamente no que concerne à sua conduta, disponibilidade, prontidão, assiduidade, aprumo, zelo no exercício de funções e qualidade do trabalho desenvolvido”.
A PSP refere ainda que o diretor nacional, José Barros Correia, “mantém total confiança na UEP e em todas as subunidades”, mas “não permitirá qualquer ato que coloque em causa o normal funcionamento desta unidade, nem de qualquer outra da PSP, pelo que tomará todas as iniciativas e decisões que permitam a manutenção da ordem e paz públicas” do país.
Num comunicado divulgado anteriormente, o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP) fala “em represálias motivadas por pressão política” e “de uma interferência política inaceitável”.
O SPP/PSP lembra que as baixas em causa são “por motivos clínicos devidamente verificados por médico competente”.
Segundo o SPP, os 44 polícias do Corpo de Intervenção que apresentaram baixa médica estavam destacados para o jogo do passado domingo da I Liga de futebol, entre o Benfica e o Gil Vicente, embora tal situação não tenha impedido a realização do desafio.
Como reação, o SPP/PSP anunciou a realização de uma concentração para quinta-feira às 08h00, junto ao portão do Corpo de Intervenção, na Ajuda, em Lisboa, e sublinhou que há até elementos disponíveis para passar a noite no local.
Nos últimos dias, vários polícias da PSP e militares da GNR apresentaram baixas, apesar de a plataforma que representa 11 sindicatos e associações destas forças de segurança não assumir que sejam uma forma de protesto.
Entretanto, o ministro da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna sobre as generalizadas e súbitas baixas médicas apresentadas por polícias.
Os polícias da PSP e os militares da GNR reclamam o pagamento do suplemento de missão, à semelhança do que foi feito para a PJ.
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