Menos de 30% da dívida do Estado emitida em 2023 foi comprada por não residentes

O peso do investimento dos não residentes na dívida das administrações públicas baixou em 2023 para níveis abaixo dos 30% pela primeira vez desde pelo menos 2010.

O setor financeiro nacional continua a ser o principal comprador da dívida emitida pelas Administrações Públicas. Apesar da sua preponderância ter recuado em 2023 face a 2022, 55,9% dos títulos de dívida do Estado emitidos no ano passado foram adquiridos por agentes do setor financeiro.

Os dados da entidade liderada por Mário Centeno publicados esta quinta-feira revelam também que, pela primeira vez desde 2010 (início da série do Banco de Portugal), o peso do investimento dos não residentes na absorção dos títulos de dívida emitidos pelas administra públicas baixou dos 30%.

“Em contrapartida, aumentou o peso do investimento das administrações públicas em títulos emitidos pelo próprio setor, de 8,7% no final de 2022 para 13,8% no final de 2023”, refere o Banco de Portugal.

Segundo os dados do Banco de Portugal, em dezembro de 2023 o valor total nominal de títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas era de 170,5 mil milhões de euros, menos 4,4% do que no final do ano anterior.

Esta dinâmica foi gerada como resultado das amortizações destes títulos de dívida a superarem as emissões em 9,9 milhões de euros, que compara com os 1,2 mil milhões de euros registados em 2022.

A diferença entre as amortizações e as emissões de títulos de dívida de administrações públicas foi a mais alta registada desde 2011, ano em que foi acordado o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) entre as autoridades portuguesas, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional”, destaca o Banco de Portugal em comunicado.

Recorde-se que, recentemente, o Banco de Portugal revelou que, em 2023, a dívida pública diminuiu 9,4 mil milhões de euros para 263 mil milhões de euros, que contribuiu para que o peso da dívida pública no PIB se tivesse reduzido de 112,4% em 2022 para 98,7% no final do ano passado.

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