📹 Mota-Engil concorre ao TGV apostada em que “riqueza não vá uma vez mais para Espanha”
"Estamos a fazer tudo no sentido de ter uma proposta competitiva e de vir a ser o ganhador deste importante projeto nacional", garante o CEO da construtora.
A Mota-Engil vai avançar com a candidatura para a construção e manutenção do primeiro troço da Alta Velocidade, à frente de um consórcio. O CEO, Carlos Mota Santos, diz ao ECO que espera uma concorrência “altamente agressiva” das empresas espanholas, sobretudo no preço, mas está apostado em que a “riqueza não vá uma vez mais para Espanha”.
“Obviamente iremos concorrer. Estamos a trabalhar na nossa proposta já há muito tempo, mesmo antes da saída do concurso“, afirma Carlos Mota Santos em declarações à margem da 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto. “Estamos a fazer tudo no sentido de ter uma proposta competitiva e de vir a ser o ganhador deste importante projeto nacional“, garante.
A Infraestruturas de Portugal lançou a 12 de janeiro o concurso para o primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, entre a estação da Campanhã e Oiã (distrito de Aveiro), num total de 71 km. É considerado o mais complexo do traçado, já que inclui 12 km em túnel e 19 km em pontes e viadutos.
“Acho que vamos ter concorrência por parte das diversas empresas espanholas. Já estão perfiladas. A concorrência vai ser altamente agressiva, muito à base do preço”, antecipa ao ECO o CEO da Mota-Engil. O concurso público Internacional atribui um peso de 70% ao preço e de 30% à qualidade.
A Mota-Engil lidera um consórcio de seis empresas para a Alta Velocidade, que integra ainda a Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril, segundo revelou o CEO ao Jornal de Negócios, em janeiro do ano passado. O El Economista noticiou no final do mês que as espanholas Acciona, FCC e Ferrovial estavam a preparar uma parceria com o mesmo fim, que podia integrar um grupo português.
Espero que nós, as empresas portuguesas, consigamos não só ser competitivos em termos de preço, mas sobretudo ser competitivos através da qualidade do projeto e se deixe riqueza cá em Portugal e não vá, uma vez mais para Espanha.
“Espero que nós, as empresas portuguesas, consigamos não só ser competitivos em termos de preço, mas sobretudo ser competitivos através da qualidade do projeto e se deixe riqueza cá em Portugal e não vá, uma vez mais para Espanha“, afirmou Carlos Mota Santos.
Durante a intervenção na conferência, o CEO da Mota salientou que as construtoras espanholas “combatem com armas diferentes”, beneficiando de uma fiscalidade mais baixa, custos de financiamento inferiores e acesso mais facilitado a mão-de-obra. Além disso, têm “muita experiência em infraestruturas de Alta Velocidade e equipamentos já amortizados”.
A construção do primeiro troço está orçada em 1.978 milhões de euros. O consórcio que vencer o concurso público internacional para a Parceria Público-Privada ficará responsável pela conceção, financiamento, construção e manutenção da linha.
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