Inflação acelera para 2,3% em janeiro, confirma INE. Fim do IVA zero teve impacto de 0,7 pontos percentuais

Após quatro meses a abrandar, a taxa de inflação homóloga acelerou de 1,4% em dezembro para 2,3% em janeiro. Aceleração é explicada pela subida dos preços da luz e pelo fim do IVA zero.

A taxa de inflação homóloga em Portugal acelerou de 1,4% em dezembro para 2,3% em janeiro, confirmou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Trata-se de um aumento de 0,9 pontos percentuais face à registada no mês anterior. A aceleração é explicada pela subida dos preços da eletricidade e pelo fim do IVA zero, que, segundo o gabinete de estatística, teve um impacto de 0,7 pontos percentuais sobre a variação do índice de preços no consumidor.

A aceleração é em parte explicada “pelo aumento de preços da eletricidade e pelo fim da isenção de IVA” num cabaz de 46 produtos alimentares, que terminou a 4 de janeiro, realça o gabinete de estatísticas.

“Com base num exercício de natureza mecânica, estima-se que o impacto do fim da referida medida sobre a variação do IPC [índice de preços no consumidor] total tenha sido [de] 0,7 pontos percentuais“, estima o INE. “No caso da classe dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, o impacto do final da isenção de IVA situa-se em cerca de 3,3 pontos percentuais”, acrescenta o instituto, sublinhando que “a medida abrange aproximadamente 40% dos produtos considerados nesta classe”.

No entanto, o gabinete de estatísticas nota que estes resultados “não traduzem o efeito efetivo da isenção de IVA”, dado que as “respostas dos mercados são condicionadas por vários fatores”, nomeadamente pelos “graus de regulação e de competição” ou pelas “elasticidades da procura e da oferta relativamente ao preço”.

Neste contexto e desconstruindo os indicadores que compõem o IPC, o índice relativo aos produtos energéticos acelerou na variação homóloga, de -10,5% em dezembro, para 0,2 em janeiro. Já o índice relativo aos produtores alimentares não transformados subiu de 2% em dezembro, para 3,1% no mês passado.

Na comparação em cadeia, a variação do IPC em janeiro foi nula (0,04%) face ao registado em dezembro, valor que contrasta com os -0,4% em dezembro de 2023 e -0,8% em janeiro de 2023. “A variação média dos últimos doze meses diminuiu para 3,8% (4,3% em dezembro)”, acrescenta o INE.

No que toca ao indicador de inflação subjacente, que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos, este continuou a desacelerar para 2,4% em janeiro, o que representa uma quebra de 0,2 pontos percentuais face a dezembro. É o 11.º mês consecutivo de alívio.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que permite a comparação entre países europeus, para 2,5% face a janeiro de 2023, o que contrasta com os 1,9% registados no mês anterior.

Rendas sobem 5,9% em janeiro

As rendas das casas por metro quadrado aumentaram 5,9% em janeiro face ao mesmo mês de 2023, acelerando face aos 5,1% do mês anterior e com todas as regiões a apresentarem subidas homólogas.

Segundo o INE, em janeiro “todas as regiões apresentaram variações homólogas positivas das rendas de habitação, tendo o Norte e Lisboa registado o aumento mais intenso (6,1%)”. Em termos mensais, o valor médio das rendas de habitação por metro quadrado registou uma variação de 1,4% (0,3% no mês anterior).

As regiões com a variação mensal positiva mais elevada foram o Norte e o Algarve (1,5%), não se tendo observado qualquer região com variação negativa do respetivo valor médio das rendas de habitação.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h44)

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