Quatro em dez desempregados encontraram um novo posto de trabalho em 2023

Quase 131 mil pessoas encontraram um posto de trabalho em 2023, transitando do desemprego para o emprego. Ainda assim, quase 121 mil dos empregados perderam trabalho, indica INE.

Entre as pessoas que estavam desempregadas em Portugal, quase 131 mil encontraram um novo posto de trabalho ao longo do último ano. É o equivalente a 41% dos desempregados. Os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram, por outro lado, que 2,5% dos empregados ficaram sem trabalho em 2023.

“Do total de pessoas que estavam desempregadas em 2022, 36,0% (114,8 mil) permaneceram nesse estado em 2023, enquanto 41,0% (130,7 mil) transitaram para o emprego e 23,1% (73,6 mil) para a inatividade”, sublinha o gabinete de estatísticas, num destaque publicado esta manhã.

Em sentido inverso, do total de pessoas que estavam empregadas em 2022, 93,8% (4.579,4 mil) mantiveram-se nessa situação, tendo 2,5% (120,8 mil) transitado para o desemprego e 3,7% (181,2 mil) para a inatividade.

Por outro lado, das pessoas que eram consideradas inativas (não tinha emprego, mas também não estavam disponíveis para abraçar um novo trabalho, nem estava à procura de um nova oportunidade), 89,3% (3.155 mil) mantiveram-se nessa situação, enquanto 7,6% (268,4 mil) passaram para o emprego e 3,7% (111,1 mil) transitaram para o desemprego.

Ora, com base nestes fluxos, conclui-se que o fluxo líquido do emprego foi positivo em 2023, ou seja, mais pessoas encontraram um novo trabalho do que perderam. Mas também o fluxo líquido do desemprego foi desemprego.

Esta dinâmica é explicada, essencialmente, pela inatividade, ou seja, mais pessoas passaram a estar disponíveis para trabalhar e a procurar uma nova oportunidade de emprego, o que fez engordar a população desempregada, mas também a população empregada.

“Em 2023, verifica-se que o fluxo líquido entre a inatividade e o desemprego é aquele que contribui para o aumento do desemprego, na medida em que a diferença entre o total de pessoas que transitaram da inatividade para o desemprego e o total das que transitaram do desemprego para a inatividade é positiva e compensa a diferença negativa entre o total de pessoas que transitaram do emprego para o desemprego e o total das que transitaram do desemprego para o emprego”, salienta o INE.

Mais de metade dos desempregados de curta duração encontrou emprego

Os dados divulgados esta manhã pelo INE permitem perceber também há quanto tempo estavam no desemprego as pessoas que encontraram um novo posto de trabalho em 2023. Em concentro, 50,6% dos desempregados de curta duração transitaram para o emprego em 2023. Também 29,3% dos desempregados de longa duração fizeram essa transição, bem como 6,6% dos outros inativos.

Por outro lado, o INE dá conta que 99,9 mil das pessoas que tinham um trabalho por conta própria transitaram para um trabalho por conta de outrem. É o equivalente a 14,2%.

“Em contrapartida, 2,2% (90,9 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta de outrem transitaram para um trabalho por conta própria“, sublinha o INE.

Quanto às pessoas empregadas por conta de outrem, de notar que das que tinham um contrato com termo ou outro tipo de contrato, 235 mil (34,3%) passaram a ter um contrato sem termo em 2023.

Mais, do número de pessoas que, em 2022, tinham um emprego a tempo parcial, 100 mil (26,3%) passaram a
trabalhar a tempo completo em 2023.

E a percentagem de pessoas que permaneceram empregadas entre 2022 e 2023, mas que mudaram de emprego foi de 9,2%, superior em 1,1 pontos percentuais em relação ao último ano. Em causa estão 423,0 mil trabalhadores.

(Notícia atualizada às 11h47)

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