Sócios da Deloitte recebem 53 milhões através de Malta
Só em 2015, os sócios da Deloitte Portugal receberam, em média, 1,1 milhões em dividendos. Isto através de Malta, o país da UE que oferece os impostos mais baixos aos empresários não residentes.
Os sócios da Deloitte receberam 53 milhões de euros em dividendos livres de impostos em apenas um ano. Rendimentos de 48 partners que foram canalizados através de Malta, o Estado-membro da União Europeia que oferece os impostos mais baixos a todos os empresários não residentes no país. Isto desde que aceitem transferir para lá os lucros obtidos no país de origem.
De acordo com o Expresso (acesso pago), só em 2015, cada um dos sócios da Deloitte Portugal recebeu, em média, 1,1 milhões de euros em dividendos através desta estrutura complexa. O jornal avança que a estrutura montada pela auditora tira partido da política do Governo daquele país de devolver aos acionistas estrangeiros de empresas registadas em Malta mais de 85% dos impostos que teoricamente são cobrados à cabeça com uma taxa de 35%. Na prática, representa uma taxa efetiva de 5% de imposto.
Documentos divulgados através de um projeto do consórcio europeu de jornalismo de investigação — “Malta Files” — mostra a forma a Deloitte recorreu a várias soluções legais para poupar nos impostos sobre os dividendos distribuídos. Os ficheiros também mostram, segundo o Expresso, que os sócios da Deloitte em Portugal criaram pelo menos cinco empresas em Malta.
Uma das empresas, registada com o nome Deloitte International Limited, fatura serviços de consultoria a clientes fora de Portugal, sobretudo em Angola. Ao Expresso, a auditora disse que “os rendimentos de operações internacionais (como Angola) pagam imposto nesses países”.
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