Catarina Martins: “Governo já compreendeu que vai ter de ir um pouco mais longe”
A líder bloquista deu o sinal de que Costa estará já disponível para gastar mais com os escalões do IRS. O valor do BE passa por 600 milhões em 2018.
A líder do Bloco de Esquerda disse esta sexta-feira de tarde que o Executivo — nas negociações com o BE e tendo em conta os compromissos firmados no início da legislatura — tem a noção de que terá de ir além dos 200 milhões de euros inscritos no Programa de Estabilidade para as alterações a efetuar no IRS.
"Governo já compreendeu que vai ter de ir um pouco mais longe [nos escalões do IRS].”
“Governo já compreendeu que vai ter de ir um pouco mais longe”, afirmou Catarina Martins, uma semana depois de ter colocado um número nessa alteração. O Bloco de Esquerda pede 600 milhões de euros para 2018 e mais 600 milhões para 2019. O BE admitiu já fazer alterações de forma faseada, tal como o próprio Executivo.
Já o primeiro-ministro tinha admitido esta segunda-feira que os escalões do IRS vão começar a ser repostos no próximo ano, mas essa reposição será feita “de forma equilibrada”. António Costa garantiu que o Governo dará no próximo ano “mais um passo” para devolver rendimentos aos cidadãos.
Contudo, os parceiros do Executivo pretendem usar a flexibilidade que Portugal ganhou com a saída do PDE para aumentar os gastos do Estado, nomeadamente através de investimento público, na saúde, na educação e nos rendimentos. Uma das principais discussões em curso nas negociações para o Orçamento do Estado para 2018 é exatamente a reposição dos escalões do IRS.
Em relação ao BE, o PCP tem um ponto de partida diferente. Além de dizerem que a redução faseada do IRS é “um objetivo pouco ambicioso”, os comunistas querem duplicar o número de escalões de cinco para dez. O Partido Comunista pretende também que as taxas liberatórias sobre as mais-valias em ações sejam englobadas no IRS.
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