BRANDS' ECOSEGUROS Após implementação da IFRS 17: desafios e prioridades

  • BRANDS' ECOSEGUROS
  • 20 Fevereiro 2024

Após a implementação da IFRS 17, muitos continuam a ser os desafios no mercado segurador, bem como as soluções e estratégias a ser adotadas para mitigação destes constrangimentos.

Com a adoção da IFRS 17, a 1 de janeiro de 2023, as seguradoras deparam-se agora com vários desafios decorrentes das alterações estruturais a que a Norma obrigou, nomeadamente a otimização dos seus reportes e controlos.

Após o fecho do ano de 2023, o próximo passo será a revisão dos processos implementados e a avaliação da complexidade do processo de fecho e reporte, de forma a identificar oportunidades de melhoria. O ponto de partida será criar e desenvolver um roadmap estratégico, com a análise das melhorias aos dados e sistemas.

Tendo em conta que poderão ser muitas as atividades a planear, é necessário foco na priorização das tarefas e na sequência de entrega ao longo dos meses. Ter uma noção clara das novas formas de trabalho e a identificação de oportunidades de otimização de custos permitirá o desenho da estrutura organizacional futura. No próximo ciclo de planeamento financeiro, os novos resultados e KPIs IFRS 17 servirão de base para planos estratégicos de longo prazo e orçamentação a um ano.

Na publicação da EY “How addressing your immediate priorities can support the strategic direction of finance”, são exploradas as diferentes estratégias e soluções aplicadas a nível global no pós-implementação da IFRS 17, podendo ser agrupadas em três áreas de atuação:

  1. Principais desafios, definição das prioridades e objetivos imediatos;
  2. Otimização de processos, tecnologias e equipas;
  3. Investimentos estratégicos sustentáveis a longo prazo.

Principais desafios, definição das prioridades e objetivos imediatos

Até ao fecho de ano de 2023, o foco das seguradoras estava na implementação dos processos necessários para garantir o fecho anual de contas pela IFRS 17. Para o futuro, as seguradoras terão de definir as suas prioridades, sendo que o foco estará nos seguintes desafios:

  • Desenvolvimento de processos de fecho inteligentes, desenvolvimento de relatórios integrados e transformação dos controlos internos. A urgência em reportar os valores IFRS 17 levou à adoção de processos manuais, que são muitas vezes demorados, dificultam a aceleração dos processos e apresentam riscos que exigem controlos adicionais para a sua mitigação.
  • Na otimização de processos e melhores formas de trabalho. As seguradoras devem reduzir custos e riscos operacionais através de eficiências na obtenção e processamento dos dados, cálculo do resultado IFRS 17, da sua contabilização e reporte.
  • No planeamento harmonizado e desenvolvimento de KPIs. O planeamento financeiro ainda é em grande parte um exercício manual para a maioria das seguradoras, envolvendo cálculos manuais e complexos ou ferramentas de planeamento inflexíveis. Os processos de planeamento tornar-se-ão mais inteligentes à medida que mais seguradoras adotarem ferramentas integradas. O investimento em ferramentas e tecnologias pode resultar em eficiências operacionais, criando sinergias com as soluções IFRS 17.

Otimização de processos, tecnologias e equipas

A otimização de processos, tecnologias e equipas é a etapa seguinte nas melhorias do processo de fecho pós-implementação da IFRS 17.

  • Evolução do processo de fecho de contas e soluções estratégicas de dados. De forma a reduzir o tempo de fecho e de reporte, a automatização das diferentes componentes das soluções, como por exemplo, automatizar reconciliações e transferências de dados entre sistemas, é imprescindível.
  • Automatização de processos e controlos. É necessário rever os processos manuais de forma a automatizar controlos através de soluções, como a plataforma EY Financial & Actuarial Controls Transformation (FACT). Esta plataforma permite a automatização de controlos, com interfaces amigáveis e automatização de controlos específicos.
  • Impacto nas equipas financeiras e na estrutura das organizações. A IFRS 17 vem obrigar a uma maior colaboração e partilha de conhecimento e maior agilidade entre todas as equipas envolvidas no fecho e reporte dos resultados IFRS 17. Este novo paradigma de trabalho é fundamental para reduzir os prazos de fecho. A introdução da IFRS 17 criou a necessidade de relações de trabalho mais estreitas entre as várias áreas financeiras, como a contabilidade, risco e atuariado que têm de trabalhar em conjunto para calcular, contabilizar e reportar resultados.

Investimentos estratégicos sustentáveis a longo prazo

No passado recente, as principais funções financeiras, como a Contabilidade, Atuariado e Risco, assumiram um papel estratégico com maior incidência no futuro, focado em adicionar valor através de análises especializadas, em vez de serem apenas responsáveis por manter dados históricos ou produzir relatórios. Numa perspetiva após 2024, líderes financeiros vão focar-se no desenvolvimento estratégico dos dados e tecnologia, na otimização de processos e controlos e em reportes integrados bem como avaliar o potencial de adoção de ferramentas de IA generativa emergentes na exploração de dados financeiros.

Os benefícios destes insights são convincentes, entre eles o desenvolvimento de modelos de planeamento financeiro mais completos e ágeis, benchmarking de desempenho, segundo a IFRS 17, em tempo real e o desenvolvimento de produtos que atendem à procura futura do mercado, a redução da exposição ao risco financeiro e necessidades de capital mais baixas.

Sara Leonardo Diestra, Manager na EY | Business Consulting Financial Services – Risk & Actuarial Services

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