Digi confirma lançamento em 2024 e vai “ver como corre” compra da Nowo pela Vodafone

A Digi confirmou que vai lançar as primeiras ofertas de telecomunicações em Portugal durante este ano. A operadora de origem romena também revelou que pretende disponibilizar em simultâneo serviços fixos e móveis, nomeadamente, ofertas de fibra ótica e 5G.

“Estamos a preparar-nos para iniciar as operações — as vendas — em Portugal e na Bélgica este ano”, avançou o presidente executivo da Digi Communications, Serghei Bulgac, durante uma apresentação dos resultados anuais esta quarta-feira.

Apesar dos rumores de que poderá começar a lançar serviços no mercado português já em abril — informação que uma fonte próxima da Digi desmentiu ao ECO — Bulgac rejeitou dar mais detalhes sobre o calendário.

“No ano passado, mencionámos em várias ocasiões que iríamos lançar serviços este ano, e vamos fazê-lo. No entanto, irei abster-me de comentar sobre o momento exato do lançamento. Por favor, sejam pacientes e esperem por nós, os nossos colegas estão muito atarefados para iniciarmos as operações tão cedo quanto possível”, afirmou Bulgac.

Questionado de seguida se a empresa irá ter ofertas fixas e móveis no momento do lançamento, o gestor disse: “Sim, tanto quanto pudermos, faremos isso.”

A Digi está a desenvolver redes de 5G e fibra ótica em Portugal. Em 2021, a empresa investiu mais de 67 milhões de euros na compra de espetro no leilão promovido pela Anacom.

Digi está a “monitorizar” a Nowo

As notícias em Portugal sobre as dificuldades da Vodafone em convencer a Autoridade da Concorrência (AdC) a viabilizar a compra da Nowo não passaram despercebidas. Apesar de a Digi estar focada no crescimento orgânico do negócio, o líder do grupo foi confrontado com um cenário hipotético em que a Digi acabaria por adquirir a Nowo, ou alguns dos seus ativos.

Bulgac caracterizou a pergunta como “estrategicamente relevante”, mas sublinhou que a informação atual é de que a Vodafone vai comprar a Nowo. A operação aguarda parecer da AdC, que, se for negativo, não se poderá concretizar.

“Tanto quanto sabemos, a Nowo foi vendida em Portugal à Vodafone e há um processo em curso, basicamente, para finalizar e fechar a transação. A questão, apesar de estrategicamente relevante, tecnicamente aborda uma situação impossível. A empresa foi vendida e está à espera do fecho da transação. Do nosso conhecimento, existe um processo entre o comprador, a Vodafone, e a AdC, que vamos monitorizar e ver como corre”, respondeu.

Do nosso conhecimento, existe um processo entre o comprador, a Vodafone, e a AdC, que vamos monitorizar e ver como corre.

Importa recordar que, no passado domingo, o chairman da Nowo, Miguel Venâncio, disse em exclusivo ao ECO que a empresa pode encerrar se a AdC não viabilizar a venda à Vodafone. O regulador respondeu que a Nowo tem “cenários alternativos” a uma venda à Vodafone, incluindo vender ativos ou procurar outro potencial comprador.

Hipoteticamente, caso a venda à Vodafone seja chumbada pela AdC, a venda à Digi seria uma opção, dado que a Altice está a vender a Meo (líder de mercado) e a Nos tem uma quota maior do que a da Vodafone, o que poderia voltar a suscitar receios ao regulador. A AdC está prestes a emitir um parecer sobre a concentração Vodafone/Nowo, disse ao ECO fonte oficial do regulador.