Rating de Portugal devia subir mas agências “são políticas”
O economista Joseph Stiglitz defende que as agências de rating não são independentes como dizem ser. O norte-americano defendeu ainda Mário Centeno, que "seria bom" para o Eurogrupo.
Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia em 2001, afirmou esta terça-feira que as agências de rating deveriam alterar a classificação da dívida soberana portuguesa, mas que “não se sabe o que farão” porque têm motivações políticas, referiu.
O economista norte-americano, presente nas Conferências do Estoril para ser galardoado com um prémio pelo seu último livro, afirmou que “deveriam atualizar Portugal” para um rating mais positivo, mas que as agências de notação financeira “têm um currículo horrível”, e agem de acordo com motivos políticos.
“Não podemos falar de agências de notação financeira e dizer que são instituições racionais, bem fundamentadas, baseadas na sabedoria”, afirmou Stiglitz em conferência de imprensa, questionado pelos jornalistas. “São instituições profundamente políticas que fingem ser avaliadores objetivos independentes”. Por isso, embora o rating de Portugal devesse subir, “como elas são políticas não se sabe o que vão fazer”. E acrescentou: “Não sei quais são os objetivos deles em relação a Portugal”.
Centeno à frente do Eurogrupo? “Seria bom”
Questionado sobre Mário Centeno, Joseph Stiglitz disse que o ministro português “tem gerado muito respeito por toda a Europa, o que é uma coisa boa”. E seria um bom candidato para a presidência do Eurogrupo? “Acho que seria bom para o Eurogrupo ser liderado por alguém que perceba melhor a diversidade da Zona Euro”, afirmou o economista, que tem sido crítico da forma como o euro e as políticas monetárias e internas que este exige influencia a recuperação económica dos países.
“Gostaria de dizer novamente que fiquei horrorizado, como um espectador externo, com os comentários de Dijsselbloem“, afirmou ainda Joseph Stiglitz sobre as palavras do ainda presidente do Eurogrupo sobre os países do Sul da Europa. “Ele devia ter-se demitido. Está na hora de a Europa ser representada por alguém que percebe melhor e tem mais empatia para com as dificuldades enfrentadas pela Zona Euro como um todo”.
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