El Salvador vê valor das reservas em bitcoin disparar mais de 60% em menos de três anos
Apesar das suas reservas acumularem uma valorização significativa com a subida recente da criptomoeda, o presidente do país diz que não irá vender nenhuma das quase 3 mil bitcoins que o país detém.
Em junho de 2021, El Salvador saltou para as capas dos jornais de todo o mundo ao ser o primeiro país a aprovar uma lei que colocava a criptomoeda mais popular do mundo como moeda oficial de uma nação.
A “Lei Bitcoin” foi aprovada por maioria na Assembleia Legislativa do país da América Central. Entre os dez pontos que essa lei apresenta, consta a obrigatoriedade de “todo o agente económico aceitar bitcoin como forma de pagamento quando lhe for oferecido por quem adquire um bem ou serviço.” E para promover a sua utilização, cada salvadorenho podia receber 30 dólares de bitcoin de forma gratuita para incentivar a sua implantação.
Além disso, o Governo liderado pelo presidente Nayib Bukele promoveu várias operações de compra de bitcoin para reforçar as reservas do país. A primeira compra ocorreu a 6 de setembro de 2021 com a aquisição de 200 bitcoins, segundo o site nayibtracker.com que acompanha o portefólio de bitcoins do país centro-americano. Nessa altura, a criptomoeda estava a cotar nos 51.796 dólares.
Atualmente, estima-se que El Salvador detenha cerca de 2.855 bitcoins que foram adquiridas ao longo deste tempo a um preço médio de 42.548 dólares (cerca de 39.200 euros), que se traduz num investimento total superior a 121 milhões de dólares (cerca de 112 milhões de euros).
Isto significa que na terça-feira, quando a bitcoin bateu um máximo histórico, ao cotar nos 69.170,63 dólares (cerca de 63.740 euros), segundo dados do site CoinMarketCap, o investimento de El Salvador em bitcoin acumulava uma valorização acumulada de 62,6%, que se traduz em ganhos médios anuais de 21,5% neste período.
Mas ao contrário de muitos outros investidores, que assim que bitcoin estabeleceu o novo recorde procuraram fazer mais-valias, levando a criptomoeda a uma queda superior a 11% no espaço de 5 horas, Nayib Bukele não pretende desfazer-se de qualquer uma das quase 3 mil bitcoins que o país possui.
“É claro que não temos intenção de vender; no final, 1 BTC [ticker nos mercados para descrever a bitcoi] = 1 BTC (isto era verdade quando o preço de mercado era baixo e é verdade agora; mas é muito revelador o facto de os autores desses artigos de sucesso, os “analistas”, os “especialistas”, os “jornalistas”, estarem agora totalmente calados”, escreveu o Presidente de El Salvador na sua conta da rede social “X” a 28 de fevereiro, quando a bitcoin estava a negociar acima dos 62.700 dólares pela primeira vez em um ano.
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No entanto, é importante notar que nem sempre a aposta em bitcoin por Bukele se revelou acertada. Em setembro do ano passado, o mesmo site nayibtracker.com calculava que as reservas em bitcoin de El Salvador registavam uma queda de 37% desde o momento que em 2021 a cotação da criptomoeda caiu a pique para níveis abaixo dos 20 mil dólares.
Este sobe e desce “agressivo” da cotação da bitcoin num espaço de tempo tão curto mostra bem o quão volátil é este mercado, tal como foi espelhando logo nas primeiras horas após a bitcoin ter batido um valor histórico.
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