Fim da reestruturação liberta prémios de 2,7 milhões para a administração do Novobanco
Pela primeira vez, o banco pagou prémios aos administradores. Fim da reestruturação libertou bónus de 2,7 milhões de euros para Mark Bourke e restantes gestores. Salários dispararam no ano passado.
O Novobanco pagou pela primeira vez prémios aos administradores. Até agora apenas atribuiu bónus (sempre polémicos), mas sem efetuar qualquer pagamento. Porém, com o fim da reestruturação, foram libertados no ano passado cerca de 2,7 milhões de euros referentes a remunerações variáveis que estavam diferidos.
“Na sequência do fim do período de reestruturação decretado pela Comissão Europeia no contexto da ajuda de estado decorrente do processo de venda do Novobanco, as limitações de remunerações aos membros dos órgãos de administração e fiscalização deixaram de ser aplicáveis”, explica a instituição no relatório e contas de 2023.
Tal “resultou em pagamentos adicionais em 2023 para os atuais membros do conselho de administração executivo e Conselho Geral de Supervisão de 382.948 euros referentes a salários que estavam diferidos e 2.663.167 euros de remunerações variáveis de anos anteriores cujo período de diferimento já tinha decorrido”, acrescenta.
Há cerca de um ano, o Governo português anunciou que o plano de reestruturação do Novobanco tinha sido concluído por Bruxelas, libertando o banco de amarras como o pagamento de prémios e limitações nos salários da administração.
Apesar da reestruturação levada a cabo nos últimos cinco anos, o banco foi sempre atribuindo bónus diferidos e que iriam ser pagos assim que fossem levantadas as restrições impostas pela Comissão Europeia aquando da venda da instituição aos americanos da Lone Star, em outubro de 2017.
De acordo com o banco, o atual conselho de administração executivo recebeu no ano passado prémios de 2,36 milhões de euros referentes às remunerações variáveis que foram atribuídas em 2020, 2021, 2022 e 2023.
O CEO Mark Bourke (que tomou a liderança do banco em agosto de 2022) recebeu um bónus de 565 mil euros em 2023.
Os pagamentos referentes a bónus terão sido maiores, pois a lista revelada no relatório e contas não inclui antigos administradores a quem também foram atribuídos prémios, como é o caso do ex-CEO António Ramalho.
Remunerações duplicam para 3,6 milhões
O banco revela ainda no mesmo documento que pagou ao conselho de administração executivo um montante total de 3,6 milhões de euros no ano passado, mais do que duplicando em relação à “folha salarial” de 2022.
Mark Bourke auferiu uma remuneração (entre fixa e variável) ligeiramente superior a um milhão de euros e foi o gestor que mais recebeu no ano passado. O irlandês teve um salário fixo de 600 mil euros, que compara com o salário de 372 mil euros que recebia o seu antecessor.
Já os administradores também viram os seus salários aumentarem de 320 mil euros para 375 mil euros, por conta do fim das restrições do plano de reestruturação.
O Novobanco registou lucros recorde de 743 milhões de euros no ano passado, uma subida de 33% em comparação com 2022, à boleia da subida das taxas de juro.
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