Ventura diz que Marcelo não é contra entrada do Chega no Governo

"Não há ainda nenhum acordo, nem nenhum entendimento com a AD que permita garantir a estabilidade do Governo a quatro anos", afirmou ainda André Ventura à saída da audiência com o Chefe de Estado.

André Ventura assegurou esta segunda-feira que o Presidente da República não tem “qualquer intenção de impedir que o Chega” integre o Governo e adianta que “não há ainda nenhum acordo, nem nenhum entendimento com a AD que permita garantir a estabilidade do Governo a quatro anos”. Marcelo emitiu, depois, uma nota a indicar que “não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais”.

“O senhor Presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente que tivesse manifestado qualquer intenção de impedir que o Chega fizesse parte integrante, liderante ou de qualquer outra forma no Governo da República”, afirmou André Ventura, à saída da audiência com o Presidente da República, que durou cerca de 1 hora, numa alusão à notícia do Expresso que apontava que Marcelo Rebelo Sousa não permitirá uma substituição de Luís Montenegro para um eventual Governo com o Chega.

Uma hora depois, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu com uma breve nota. “Como tem repetidamente afirmado o Presidente da República não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais”, indica Belém, no site da Presidência.

Apesar de os votos dos emigrantes só serem conhecidos na quarta-feira, o líder do Chega referiu ainda que tem “muita expectativa” sobre estes resultados, sinalizando que “tem esperança” de que o partido possa eleger mais parlamentares, aumentando os 48 já assegurados.

Já sobre um eventual entendimento com o PSD, assegurou que até ao momento “não há ainda nenhum acordo, nem nenhum entendimento com a AD que permita garantir a estabilidade do Governo a quatro anos”, acrescentando que transmitiu ao Chefe de Estado que o partido “jamais estaria na disposição de contribuir para qualquer maioria que integrasse o PS a liderar o Governo”.

E mesmo, que, com os resultados da emigração, haja um revés e “o PS venha a ser o partido mais votado e Pedro Nuno Santos indigitado, o Chega fará uma posição ativa e firme” e vai apresentar a Marcelo “uma solução alternativa que englobe uma maioria no Parlamento”, avisou. “Não bastaria sequer a abstenção do Chega para passar um Orçamento do Estado, teria de ser voto a favor”, sublinhou, acusando Montenegro de querer “precipitar o país para eleições em sete meses ou oito meses”. “Não nos podem pedir o voto a favor se não querem negociar”, rematou.

Nesse sentido, André Ventura reitera que continua “a fazer todo o esforço” para que Chega e PSD consigam chegar a um entendimento, apesar de Luís Montenegro já ter dito, por diversas, vezes que “não é não. E atira as responsabilidades para o líder dos social-democratas. “Tentarei até ao fim que o país não entre numa crise política”, referiu, sublinhando que “se essa solução não existir” não será por culpa do Chega.

O chefe de Estado começou a ouvir os partidos com assento parlamentar na semana passada, tendo já reunido com o PAN, o Livre, a CDU, o Bloco de Esquerda e a Iniciativa Liberal, seguindo a ordem crescente do número de deputados eleitos por cada um dos partidos.

Na terça-feira é a vez do PS ser ouvido em Belém. A ronda de audições termina na quarta-feira com o PSD, dia em serão conhecidos os resultados da emigração, que vai eleger os quatro mandatos em falta. Apesar das críticas de Inês Sousa Real e de Rui Tavares, segundo a SIC, Marcelo Rebelo de Sousa só admite segunda audiência com PS em caso de empate nos votos da emigração.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h02)

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