Pedro Reis, um ministro que gosta das PME e quer ressuscitar a diplomacia económica
A receita de Pedro Reis para fazer crescer o país passa por recuperar a diplomacia económica. Um ingrediente de uma receita à qual é necessário juntar a redução de impostos e pôr fim à burocracia.
O novo ministro da Economia foi um dos quatro coordenadores do programa económico do Governo, é defensor do setor privado e próximo das PME, foi presidente da Aicep e tem na diplomacia económica uma fé inabalável.
Pedro Reis defende, com unhas e dentes, o cenário macroeconómico do PSD, que prevê um crescimento de 3,5%. Reconhece que é exigente, mas se nada for mudado na economia nacional então Portugal nunca deixará de ter desempenhos anémicos. O gestor considera que a receita para fazer crescer o país passa, precisamente, por recuperar a diplomacia económica que se perdeu, disse em entrevista recente ao Público (acesso pago). Um ingrediente de uma receita à qual é necessário juntar a redução de impostos, pôr fim à burocracia e remover os custos de contexto.
“Uma sociedade envelhecida, um peso grande do Estado, da Função Pública, dos reformados em cima da população ativa, portanto, não se pode retirar apoios sociais e deixar as pessoas na mão. O caminho que a AD preconiza é o contrário: é criar condições às empresas privadas para gerar riqueza. Não conheço nenhum país que tenha futuro que não seja pela aposta no crescimento económico, e o crescimento económico é tratando-se bem o setor privado, não vejo outro modelo que tenha vingado“, disse Pedro Reis na mesma entrevista.
Começou a sua carreira em 1991 na Altamira, empresa da família onde desempenhou funções de presidente executivo durante oito anos. Em 1999 fundou a Tubos, onde esteve até 2007. No ano seguinte passou para a agência de comunicação Imago e depois para a Cunha Vaz & Associados de onde saiu para liderar a Aicep.
Entre 2011 e 2014, Pedro Reis presidiu à Aicep e foi secretário executivo do Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia (CEIE). Integrou ainda o Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação, fez parte do conselho da indústria do Ministério da Economia e foi membro da Reunião de Coordenação dos Assuntos Económicos e do Investimento (RCAEI), coordenando a Comissão Permanente de Apoio ao Investidor (CPAI).
Pelos serviços prestados ao país na internacionalização da sua economia, Pedro Reis foi condecorado, em 2014, pelo então Presidente da República, com a insígnia de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica, complementou o seu percurso académico com formação na Harvard Business School (EUA) em Strategic Finance (2005), no Insead (França) no AMP – Advanced Management Program (1995) – e também na Universidade Católica, no PAGE – Programa Avançado de Gestão para Executivos (1994-95).
De regresso ao setor privado, entrou no grupo BCP onde desempenhou várias funções desde 2014: assessor sénior da comissão executiva do banco; em 2015, administrador executivo da BCP Capital, em 2017, assume a direção de marketing estratégico e business development e, de 2019 a 2021, a direção de banca institucional.
Na conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO, Luís Montenegro já tinha feito questão de traçar o perfil do próximo ministro da Economia, “ao jeito de Mira Amaral”. Isto é, alguém que seja próximo das empresas, conhecedor do terreno, com capacidade para dialogar com todos os setores, com peso político e que domine os instrumentos de financiamento e de atração de investimento, elencou o agora primeiro-ministro indigitado.
Pedro Reis foi coordenador do movimento Acreditar, que serviu para promover a aproximação do PSD à sociedade civil. O objetivo era conseguir os contributos “do máximo de independentes possível” e “identificar gente nova no radar e na idade” que pudessem vir a trabalhar com o PSD quando este voltasse ao Governo, disse o próprio à revista Sábado.
Ainda é presidente do conselho consultivo do Conselho da Diáspora Portuguesa, foi candidato a bastonário da Ordem dos Economistas, contando com o apoio de Rui Leão Martinho, mas acabou por ser o socialista António Mendonça a vencer.
O gestor considera que “Portugal pode, e deve, ser uma potência exportadora”, num Encontro Fora da Caixa, na Maia, organizado pela CGD e pelo Jornal de Negócios. “Devemos analisar a maior parte das políticas e decisões públicas pelo impacto que têm na competitividade e produtividade das empresas exportadoras nacionais”, defendeu. “Se fizermos esse exercício, muita da discussão desaparece e muitas das bifurcações ficam claras”, conclui.
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