BPG agrava prejuízos para 6 milhões em 2023. E espera venda a grupo chinês concluída em breve

Banco da Fundação Oriente agravou os prejuízos para seis milhões de euros no ano passado, em contraciclo com setor. Espera venda ao grupo chinês Vcredit "concluída no futuro imediato".

O Banco Português de Gestão (BPG), detido pela Fundação Oriente, viu os prejuízos agravarem-se para seis milhões de euros no ano passado, em contraciclo com o setor, e isto enquanto espera pela conclusão da venda ao grupo chinês Vcredit “no futuro imediato”.

Ainda que a margem financeira tenha dado um salto de quase 14% para 1,2 milhões de euros, este desempenho não foi o suficiente para contrariar a quebra do produto bancário, que contraiu 46,7% para 1,3 milhões de euros. O produto bancário caiu devido às perdas registadas nos resultados com operações financeiras.

Por outro lado, os custos operacionais também aumentaram 7,2% para 7,6 milhões de euros, penalizando ainda mais um resultado que contrastou com os lucros recorde que o setor registou no ano passado à boleia das taxas de juro.

Os últimos anos foram marcados por uma forte reestruturação do balanço do BPG, nomeadamente através da redução do crédito malparado. Fruto desse esforço de limpeza, que implicou sucessivas injeções de capital por parte do maior acionista – quase 40 milhões em quatro anos – para compensar o impacto das perdas nos rácios de capital, o crédito malparado caiu para 5,5% no final do ano passado, quase menos 10 pontos percentuais em termos anuais.

O BPG fechou 2023 com uma carteira de crédito de cerca de 33 milhões de euros para um volume de depósitos que subiu 6,8% para 115,7 milhões, deixando o banco numa posição de liquidez muito elevada mas numa situação de pressão para melhorar o rácio de transformação de 28,5%.

A Fundação Oriente controla 98,43% do BPG. O banco tem como CEO Carlos Pais e Jorge e chairman João Costa Pinto.

Venda “no futuro imediato”

Na mensagem que acompanha o relatório e contas, João Costa Pinto deu conta do processo de venda do banco ao grupo chinês Vcredit, num negócio avaliado em cerca de 20 milhões de euros (mais variáveis). O responsável adiantou que os potenciais compradores já enviaram o dossiê “com toda a informação necessária” ao Banco de Portugal e aguarda-se agora por uma decisão do regulador. A expectativa é de que “a operação de alienação possa ser concluída no futuro imediato”.

Há anos que a Fundação Oriente tem o BPG à venda. Agora espera a conclusão da operação para o “relançamento do banco de acordo com o plano de negócios que vier a ser implementado pelos novos acionistas”, sublinhou Costa Pinto.

Listada na bolsa de Hong Kong, a Vcredit Holdings Limited concordou em comprar as ações na posse da Fundação Oriente e a dívida subordinada (no valor de três milhões de euros) e ainda, no lançamento de uma oferta, para adquirir as ações dos acionistas minoritários, que inclui a Fundação Stanley Ho e Novobanco.

O negócio será feito com base na situação líquida do BPG no momento em que se realizar a transação, sendo que os capitais próprios do banco ascendiam a cerca de 20 milhões no final do ano passado.

Para a Vcredit, a aquisição do banco português servirá de porta de entrada para se expandir no mercado europeu, a começar por Espanha, conforme indicou o CEO do grupo, Stephen Liu, numa conference call com os analistas, realizada em agosto do ano passado.

“O BPG é na verdade um banco comercial totalmente licenciado, registado no Banco de Portugal, enquanto Portugal faz parte da União Europeia. Após concluirmos com sucesso esta transação, planeamos expandir os nossos negócios na Europa, começando por Portugal, mas provavelmente, mais tarde, expandiremos para Espanha e alguns outros países”, declarou o responsável.

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