Exclusivo Banca coloca à venda 700 milhões de crédito malparado

Ao Montepio e BPI, que já tinham no mercado duas carteiras de 200 milhões, juntaram-se agora o BCP, Santander Totta e Banco CTT, com portefólios de NPL de cerca de 500 milhões.

Os bancos portugueses têm à venda carteiras de malparado no valor de quase 700 milhões de euros, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de fontes do mercado.

Banco Montepio e BPI já tinham lançado dois processos para a venda de portefólios de NPL (non performing loans) no valor de 200 milhões de euros, como o ECO avançou no início de abril.

A estes dois bancos juntaram-se o BCP, o Santander Totta e o Banco CTT nas últimas semanas, com carteiras com o valor contabilístico bruto de cerca de 500 milhões.

O BCP tem a maior carteira: o Projeto Spring tem o valor de 265 milhões de euros, sendo composta por single names, isto é, grandes exposições que estão em situação de incumprimento.

Por sua vez, o Santander Totta lançou duas carteiras em simultâneo: a Pool 62 e a Pool 63. A primeira carteira tem o valor de 70 milhões e compreende crédito sem garantias (unsecured). A segunda apresenta-se com um valor de 30 milhões e é composta por crédito com garantias (secured).

Já o Projeto Boavista do Banco CTT no valor de 100 milhões tem apenas NPL unsecured. O banco confirmou que avançou para um “consulta organizada ao mercado para a venda” de uma carteira antiga proveniente da 321 Crédito, instituição especializada no crédito ao consumo que foi adquirida em 2018.

Nenhum dos outros bancos quis fazer comentários sobre as operações.

NPL em mínimos

Fonte: Banco de Portugal

Os bancos mantêm o esforço de limpeza do balanço e redução do risco num contexto de juros altos que está a pressionar milhares de famílias com crédito da casa, apesar de não anteciparem que isso se traduza num grave problema de malparado.

O rácio de malparado caiu para um mínimo histórico no final do ano passado, baixando para 2,7%, abaixo do “número mágico” de 5%, e isto depois de ter atingindo o pico de 17% em meados de 2016.

Apesar disso, o setor ainda se deparava com 8,5 mil milhões de euros de crédito tóxico. Se contabilizarmos as imparidades, o NPL líquido atinge os 3,8 mil milhões de euros, reduzindo em cerca de 600 milhões em comparação com 2022.

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