Contact centers sobem salários e reforçam formação
O salário médio dos operadores dos contact centers subiu quase 5% para 932 euros no ano passado. Segundo um estudo da associação do setor, também o nível de formação aos trabalhadores foi reforçada.
Após terem estagnado em 2022, os salários dos operadores dos contact centers aumentaram quase 5% em 2023. Em média, estes trabalhadores recebem 932 euros brutos por mês, ainda que haja variações assinaláveis entre setores. Enquanto na banca os operadores dos contact centers chegam a ganhar 951 euros, no turismo recebem, em média, pouco acima do salário mínimo nacional, que está hoje fixado em 820 euros.
“A remuneração média mensal dos operadores retomou em 2023 a trajetória de crescimento que se registava, atingindo os 932 euros, um crescimento de 4,7% em relação a 2022″, lê-se no estudo divulgado esta quarta-feira pela Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC).
Na análise da APCC é destacado que esse aumento é “tanto mais significativo” considerando a elevada rotatividade dos operadores, com “sucessivas vagas de recrutamento de novos trabalhadores com remunerações de início de carreira“.
Contudo, nem todos os setores praticam os mesmos salários. Assim, enquanto o salário médio dos operadores dos contact centers dos bancos e outras instituições financeiras situou-se em 951 euros em 2023, na saúde fixou-se em 937 euros, na indústria ficou em 924 euros, nas telecomunicações foi de 915 euros e, na base da tabela, no turismo, o salário médio fixou-se em 826 euros.
Já no caso dos supervisores, o último ano foi sinónimo de um salto de 11,7% dos salários, com a remuneração média a atingir a marca de 1.101 euros.
Entre estes trabalhadores, foi o setor da assistência em viagem o que garantiu o melhor salário médio (1.276 euros), seguindo-se a indústria (1.272 euros). “Os valores médios mais baixos encontram-se na Administração Pública e setor social (1.153 euros), nos correios e distribuição expresso (1.141 euros) e nas utilities (1.139 euros)”, destaca a APCC.
Por outro lado, pela primeira vez, a APCC caracteriza também o valor médio do subsídio de alimentação pago aos trabalhadores dos contact centers, tendo sido apurado o valor diário de 7,31 euros.
Além dos salários, também a formação disponibilizada a estes trabalhadores melhorou no último ano. A formação inicial passou de 20 dias para 21,5 dias, enquanto a formação ao longo do ano passou de 55 horas para 69 horas nos operadores, e de 50 para 63 horas nos supervisores.
Regime híbrido e presencial ganham terreno nos contact centers
A fatia de trabalhadores dos contact centers que estão 100% em trabalho remoto emagreceu no último ano, tendo o regime presencial recuperado terreno. Ainda assim, é o modelo híbrido que continua a ser o predominante, segundo o estudo da APCC:
- 27% destes trabalhadores estavam plenamente em trabalho remoto, menos três pontos percentuais do que no ano anterior.
- 35% estavam em regime 100% presencial, mais três pontos percentuais do que no período homólogo.
- 38% dos trabalhadores estavam no modelo híbrido, realizando as suas tarefas no local de trabalho ou em casa, em dias alternados da semana.
“Quando inquiridos sobre a evolução até ao final de 2024, a indicação obtida é de continuada redução do 100% remoto, de 27% para 25%, mas sem alteração do 100% presencial, absorvendo os regimes híbridos aquele diferencial“, antecipa a associação.
Quanto à caracterização do trabalho no setor dos contact centers, há ainda a realçar que os contratos sem termo continuaram a ser os predominantes, mas o seu peso diminuiu de 55,1% para 50,7%. Já 3,4% dos postos de trabalho foram preenchidos por trabalhadores temporários e 0,7% por prestação de serviços.
“Analisando a distribuição dos colaboradores por grau de ensino, verifica-se que 30,8% têm formação superior completa
e 7,5% frequentam o Ensino Superior. Em 2022 estes valores eram de 30% e 15%, respetivamente”, acrescenta a APCC, que nota ainda que a faixa etária dos 25 aos 40 anos é, neste momento, predominante tanto entre operadores, como entre supervisores.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Contact centers sobem salários e reforçam formação
{{ noCommentsLabel }}