Exclusivo Revolut acaba com contas grátis para empresas e preços sobem até 58%

O banco digital vai passar a cobrar dez euros por mês às empresas com contas grátis. Os restantes planos empresariais vão sofrer aumentos de preços que variam entre 14% e 58%, aproximadamente.

A Revolut vai deixar de oferecer um plano gratuito aos clientes empresariais, enquanto os planos pagos ficarão significativamente mais caros a partir do dia 21 de outubro, com aumentos que podem chegar aos 58%, confirmou ao ECO fonte oficial do banco digital. É a primeira vez que a Revolut altera os preços cobrados às empresas, justificando que a atualização reflete a melhoria do serviço e o aumento das funcionalidades disponibilizadas.

Até aqui, as empresas podiam abrir uma conta sem custos, optando por um plano “Básico” que incluía apenas cinco transferências nacionais sem comissões. Mas a fintech britânica está a notificar estes clientes de que passará a cobrar uma mensalidade de dez euros, segundo um desses emails a que o ECO teve acesso.

A nova mensalidade do plano “Básico” tem associada a duplicação do número máximo de transferências nacionais gratuitas que as empresas com este tipo de contas podem fazer: passam de cinco para dez, uma melhoria face ao plano atual. A nova comissão será debitada “automaticamente” das contas empresariais no final de cada ciclo de faturação.

Os restantes clientes empresariais que já têm planos pagos vão passar a pagar bastante mais pelo serviço, calculou o ECO com base em informação facultada pela empresa. O aumento mínimo é de quase 14% e o aumento máximo de cerca de 58%.

No caso dos clientes empresariais com o plano intermédio (“Grow”), a mensalidade vai passar de 25 para 35 euros, um agravamento de 40%. A Revolut faz um desconto se o pagamento for anual: nesse caso, a anuidade vai passar de 228 para 360 euros, um agravamento de 57,9%.

Quanto aos clientes com o plano mais caro (“Scale”), a mensalidade passará de 100 para 125 euros (+25%) e a anuidade, que também tem um desconto face ao pagamento mensal, aumentará de 948 para 1.080 euros (+13,9%), conforme os dados compilados pelo ECO na seguinte tabela:

Novos preços da Revolut Business:

Fonte: Cálculos do ECO com base em informação remetida pela Revolut

O ECO contactou fonte oficial da Revolut no final do mês passado para apurar se estavam previstas alterações ao preçário do banco em Portugal, depois de os clientes com contas pessoais terem recebido um email de “atualização dos termos e condições”. Numa primeira resposta, fonte oficial do banco digital disse que “apenas foram mudadas palavras e frases para melhor compreensão”, sem aludir a qualquer alteração nos preços.

Entretanto, já neste mês de setembro, o ECO apurou que já estavam em curso, pelo menos desde meados de agosto, as referidas alterações ao preçário do serviço empresarial. Confrontada com estas informações, fonte oficial acabou por confirmar um “aumento incremental de preços” a partir de 21 de outubro, só para as empresas.

“A Revolut Business está sempre a evoluir de acordo com as necessidades dos nossos clientes empresariais para garantir que estamos a oferecer o melhor produto e a melhor experiência ao melhor preço. Os nossos clientes empresariais têm acesso a um conjunto mais alargado de serviços, incluindo taxas de câmbio interbancárias, funcionalidades de gestão de despesas, análises sofisticadas e mais integrações e opções de transferência do que nunca”, reagiu a Revolut, salientando que o aumento de preços em outubro reflete “esta evolução”.

No aviso aos clientes empresariais, a que o ECO teve acesso, a Revolut lembra também que em 2023 já tinha melhorado as condições às empresas com contas gratuitas, elevando o plafond de conversões cambiais de zero para 1.000 euros.

Com os aumentos de preços em outubro, as contas “Grow” e “Scale” receberão melhorias do mesmo género. Nas primeiras, o limite de conversões cambiais vai subir de 10.000 para 15.000 euros. Os planos mais caros terão uma melhoria deste limite dos atuais 50.000 para 60.000 euros.

“Atualizar a nossa política de preços permite-nos expandir a nossa gama de produtos e ferramentas, aumentando ainda mais o nosso investimento num apoio ao cliente 24/7 e melhorando os benefícios a que já tem direito”, explicou a Revolut na nota que enviou aos clientes empresariais.

A Revolut oferecia planos grátis às empresas desde 2017 e nunca tinha atualizado os preços corporativos desde então.

Os nossos clientes empresariais têm acesso a um conjunto mais alargado de serviços, incluindo taxas de câmbio interbancárias, funcionalidades de gestão de despesas, análises sofisticadas e mais integrações e opções de transferência do que nunca.

Revolut

Transações por empresas em Portugal perto dos 300 milhões de euros por mês

No mercado português, a Revolut tem quase 1,3 milhões de clientes particulares, mas não revela dados sobre a quantidade de clientes empresariais. No entanto, este mês, anunciou num comunicado que o volume de transações processadas pela Revolut Business em Portugal chegou aos 296 milhões de euros mensais.

Na mesma nota, a fintech britânica assume estar a “reforçar o foco no segmento empresarial”, tendo atingido “receitas anualizadas globais” neste segmento da ordem dos 450 milhões de euros. O banco oferece serviços empresariais em 40 países, tendo acabado de se lançar em Singapura.

A Revolut lançou também um novo serviço para as empresas, designado Revolut BillPay, que permite a integração com “os principais softwares de contabilidade”.

“A Revolut BillPay foi criada para economizar tempo na gestão e pagamento de contas a fornecedores em mais de 150 destinos com apenas alguns cliques. As empresas podem reduzir o esforço manual, beneficiar de controlos de gastos e regras de aprovação, e obter uma visão completa das suas operações, libertando tempo para o crescimento dos negócios”, indicou a empresa num comunicado.

Citado no mesmo, James Gibson, diretor da Revolut Business, mostra-se satisfeito com o desempenho do negócio da fintech. “Com base na nossa experiência a servir milhões de clientes de retalho, a Revolut Business está a crescer rapidamente. No último ano, demos grandes passos na nossa missão de sermos o sistema número um de automação financeira para empresas e recentemente trouxemos o produto para Singapura. Com o apoio de um número significativo e crescente de clientes, estamos a investir fortemente no B2B e prontos para revolucionar a banca para ainda mais empresas em todo o mundo”, refere o responsável.

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