Decisão do processo Tancos adiada, depois da anulação do primeiro acórdão

O Tribunal de Santarém adiou a leitura do acórdão do caso Tancos que estava prevista para o dia 4 de outubro. A razão do adiamento prende-se com a lei dos metadados.

O Tribunal de Santarém adiou a leitura do acórdão do caso Tancos que estava prevista para o dia 4 de outubro, avança a Sic Notícias. A razão do adiamento prende-se com a lei dos metadados que levou à anulação da primeira sentença. Assim, no dia 4 de outubro haverá novas alegações das defesas por causa da proibição de prova com metadados e mais tarde será marcada data para o acórdão.

Esta nova decisão surge depois de o Tribunal da Relação de Évora ter anulado o acórdão do julgamento que condenou 11 dos 23 arguidos em janeiro de 2022. Em fevereiro de 2023, a Relação de Évora declarou o acórdão nulo por omissão de pronúncia, bem como a nulidade da utilização de prova obtida através de metadados, considerando que os factos dados como provados em muitos pontos do processo se encontravam irremediavelmente afetados e deviam ser reequacionados. Esta decisão resultou dos recursos apresentados por 20 dos 23 arguidos.

O processo do furto e recuperação de material militar dos Paióis Nacionais de Tancos tinha terminado com os autores materiais a receberem prisão efetiva. Foram condenados a penas de prisão efetiva o autor confesso do furto, João Paulino, com a pena mais grave, e os dois homens que o ajudaram a retirar o material militar na noite de 28 de junho de 2017, João Pais e Hugo Santos. Os três foram condenados pelo crime de terrorismo, praticado em coautoria material, e João Paulino e Hugo Santos também por tráfico e outras atividades ilícitas, tendo o cúmulo jurídico resultado numa pena de prisão efetiva de oito anos para João Paulino, de cinco anos para João Pais e de sete anos e seis meses para Hugo Santos.

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, um dos 23 acusados no processo, foi absolvido dos crimes de denegação de justiça, prevaricação, favorecimento pessoal praticado por funcionário e abuso de poder. O furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a recuperação de algum material sido feita na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a Polícia Judiciária Militar em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

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