Sindicato quer produtos financeiros classificados por cores
O sindicato do bancários propõe um sistema semelhante ao dos semáforos para identificar o risco dos produtos financeiros.
Os produtos financeiros podem vir a ter um sistema de cores, tal como os semáforos, para travar práticas de venda agressivas e defender consumidores e trabalhadores, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Bancários.
Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Rui Riso, explicou que este sistema de cores faz parte de um pacote de propostas do Partido Socialista (PS), que vai ser apresentado hoje na Assembleia da República, e que têm por objetivo travar práticas agressivas de vendas de produtos financeiros com papel comercial e depósitos complexos nos balcões dos bancos.
“O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas foi ouvido no âmbito das consultas levada a cabo pelo grupo parlamentar do PS onde tivemos oportunidade de apresentar outras propostas, sendo que algumas delas também integram a proposta legislativa”, disse Rui Riso à Lusa. O responsável explicou que o objetivo é que os produtos financeiros de risco passem a ter impressos cores (vermelho, amarelo e verde, como nos semáforos), para permitir a quem compra ficar a perceber qual é o risco.
“O verde seria para produtos sem risco, o amarelo para produto de risco e o vermelho para produto de alto risco. No entanto, esta ainda é apenas uma proposta. Admitimos que as três cores possam ser insuficientes e, por isso, também estamos a ponderar o sistema de caracterização de produtos energéticos, onde é possível introduzir mais parâmetros”, disse.
Rui Riso acrescentou ainda: “O objetivo é minimizar o risco dos produtos financeiros tendo em conta uma certa iliteracia financeira que existe numa grande parte das pessoas em toda a Europa. Nós conhecemos a realidade portuguesa e recentemente tivemos dois casos que atingiram um grande grupo de investidores que se sentiu lesado com as aplicações que fez e isto não pode voltar a acontecer”.
O verde seria para produtos sem risco, o amarelo para produto de risco e o vermelho para produto de alto risco. No entanto, esta ainda é apenas uma proposta. Admitimos que as três cores possam ser insuficientes e, por isso, também estamos a ponderar o sistema de caracterização de produtos energéticos, onde é possível introduzir mais parâmetros.
Rui Riso salientou que a classificação visa “defender o consumidor e o trabalhador, mas também restabelecer a confiança no sistema financeiro. O sistema de cores vai permitir também responsabilizar. Nunca mais haverá clientes a dizer que não sabiam o que estavam a comprar, nem bancos a dizer que o risco foi mal calculado”.
“É a responsabilização de todos os intervenientes no negócio”, disse, salientando que deverá ser feita uma campanha de sensibilização e divulgação para as pessoas se familiarizarem com o sistema.
São no total vinte e duas recomendações e projetos-lei, para responsabilizar as entidades bancárias mas também os clientes. Estas propostas dedicadas ao setor bancário numa conferência parlamentar, organizada na sequência do processo de audições às entidades do setor promovidas pelo grupo parlamentar desde o início deste ano.
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