Euro em máximos de um ano à espera do fim dos estímulos
Depois de ter registado uma evolução significativa de 1,4%, o euro continua a avançar. Está em máximos de um ano perante a perspetiva de fim dos estímulos do BCE.
O euro está em máximos. A moeda única continua a valorizar depois da forte valorização de mais de 1% registada na última sessão, dia em que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que os factores que pesam na recuperação da inflação são sobretudo temporários. Uma declaração que foi entendida como um sinal de que os estímulos podem estar a chegar ao fim.
Já o vice-presidente do BCE pareceu deixar uma mensagem menos otimista mas, ainda assim, o euro continua a subir face ao dólar. Depois de ontem ter escalado 1,4%, para o valor mais elevado em cerca de um ano, hoje avança 0,35%. A moeda única chegou a ganhar um máximo de 0,43% para cotar nos 1,388 dólares.
Em declarações à CNBC divulgadas hoje, Vítor Constâncio indicou ontem que fatores da inflação como a evolução dos salários e dos custos e as decisões em torno de preços não estão a responder ao que era esperado. A partir do Fórum do BCE em Sintra, Constâncio deixou mesmo a questão: estarão corretas as medidas de estímulo à economia?
Ontem, Mario Draghi tinha declarado que os efeitos que têm enfraquecido a inflação são temporários e que não vai permitir que o ritmo de evolução dos preços se desvie daquela que é a meta do banco central no médio prazo. E voltou a notar que “a ameaça de deflação já não existe e que as forças reflacionárias [impulso dos preços por via de políticas orçamentais] estão em jogo”. A mensagem levou os investidores a acreditar que o BCE pode começar a retirar os estímulos mais cedo que o previsto.
Ao mesmo tempo, o líder do BCE também defendeu que ainda “é necessário um nível considerável de medidas acomodatícias para que as dinâmicas da inflação se tornem duradouras e sustentáveis”. “E, finalmente, precisamos de prudência. À medida que a economia recupera temos de ser graduais quando ajustamos os parâmetros de política, para garantir que os nossos estímulos acompanham a recuperação enquanto reduzem as incertezas”, afirmou ainda, citado pela Lusa.
Já hoje, Constâncio apontou para a mensagem de “persistência” de Draghi. “Se queremos trazer a inflação para o nosso objetivo de abaixo, mas próximo, dos 2%, então temos de persistir no tipo de política monetária que temos adotado”, afirmou em entrevista concedida à CNBC em Sintra, onde se realiza o Fórum do BCE.
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