Pressionada por Loeb, Nestlé abre os cordões à bolsa
A recompra de ações não estava nos planos do presidente executivo da empresa alimentar, mas a entrada do investidor ativista Daniel Loeb veio mudar tudo. Vai gastar 21 mil milhões de dólares.
Dois dias depois da entrada sem cerimónias do investidor ativista Daniel Loeb, a gigante alimentar Nestlé anunciou que vai avançar com um programa de recompra de ações no valor de 21 mil milhões de dólares. Além disto, a empresa estará à procura de novas empresas da área para comprar, procurando assim crescer por aquisições para catapultar os resultados.
“No contexto de taxas de juro baixas e de forte geração de fluxo de caixa , a recompra de ações oferece uma opção viável de criação de valor para os acionistas“, pode ler-se no comunicado divulgado esta terça-feira. “Assim, como resultado de uma análise, a administração aprovou um programa de recompra de ações de mais de 20 mil milhões de francos suíços, a ser completado no fim de junho de 2020.”
A empresa tinha recorrido pela última vez à recompra de ações em 2015. Depois deste programa, Mark Schneider, que se tornou CEO em fevereiro, afirmou que recomprar participação teria menos prioridade que reinvestir no negócio e pagar dividendos. Os planos mudaram com a revelação de Daniel Loeb como acionista da empresa.
Assim que a sua posição foi divulgada, Loeb recomendou aos acionistas da Nestlé que a posição na marca de cosméticos L’Oreal fosse vendida, justificando isto com a necessidade de melhorar margens e de abandonar negócios fora do seu âmbito principal.
Grande, mas fraca
Ainda que se afirme como um dos maiores players do mercado de bens de consumo, os resultados da Nestlé colocam-na bem atrás dos seus concorrentes diretos, a Unilever e a Anheusen. As vendes crescem ao ritmo mais lento dos últimos dez anos, enquanto a procura se encontra quase estagnada. Dois meses depois de entrar na empresa, Schneider desistiu da meta para as receitas que já estava estabelecida há muito tempo.
Nos mercados, a Nestlé segue a valorizar 1,30% para 85,40 francos suíços, atingindo máximos desde que começou à negociar no índice de referência suíço.
O programa terá início no dia 4 de julho e continuará até 2020. A empresa considera também que o programa será reavaliado em 2019 e 2020 para permitir mais aquisições.
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