Banco de Inglaterra vê subida da taxa de juro. Libra acelera

O governador do Banco de Inglaterra está mais inclinado para apoiar uma subida da taxa de juro em breve. Mark Carney diz que é preciso retirar estímulos. A libra acelerou face ao dólar.

O governador do Banco de Inglaterra apontou esta quarta-feira que o comité de política monetária britânico vai ter de aumentar a taxa de juro em breve, segundo a Bloomberg. Em reação às palavras de Mark Carney no Fórum do BCE em Sintra, a libra acelerou cerca de 1%, a maior subida desde 18 de abril. O líder da política monetária inglesa disse que irá apoiar uma política monetária menos expansionista em breve caso o investimento empresarial comece a subir, compensando o atual fraco consumo.

“É provável que possa ser necessária alguma retirada dos estímulos monetários”, afirmou Mark Carney esta tarde em Portugal, num painel do Fórum do Banco Central Europeu, enviando uma mensagem para os mercados que fez acelerar a libra em 0,95% para 1,2936 dólares. A libra, em comparação com o dólar, regista assim um máximo de cerca de três semanas. O mesmo está a verificar-se face ao euro — divisa que também está a registar subidas — com uma valorização de 0,75% da libra para os 1,1387 euros.

A clarificação da posição do governador do Banco de Inglaterra está a ser vista como uma mudança do discurso, dado que ainda na semana passada Carney tinha dito que ainda não era o tempo certo para iniciar o processo de aumentar o preço do dinheiro em Inglaterra. O último encontro do comité de política monetária do Banco de Inglaterra ocorreu a 5 de junho, uma reunião que manteve os juros em espera.

O Financial Times escreve que as declarações de Mark Carney indicam um voto a favor da retirada de estímulos, o que seria inédito para Carney, uma vez que votou sempre ao lado da maioria dos membros do comité. “Quando o comité se reuniu este mês, a minha opinião foi de que, dados os sinais mistos dos gastos no consumo e do investimento empresarial, era muito cedo para avaliar com confiança quão grande e persistente seria a desaceleração do crescimento”, explicou o governador.

O governador reiterou ainda que se a inflação ultrapassar a meta do Banco de Inglaterra de 2%, isso terá de ser “temporário”. A inflação britânica em maio foi 2,9%, mas o banco central estima que os preços continuem a acelerar para lá dos 3% nos próximos três anos, principalmente por causa das pressões inflacionistas derivadas do Brexit.

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