Enfermeiros: bastonária avisa que há falta de condições de segurança no Amadora Sintra
Caso haja necessidade de realizar dois partos ao mesmo tempo no hospital Amadora Sintra só é possível acudir a uma situação, diz a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, referindo-se a falta de pessoal.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros apontou esta segunda-feira para “falta de condições de segurança” e avisou que, caso haja necessidade de realizar dois partos em simultâneo no hospital Amadora Sintra, só é possível acudir a uma situação.
Ana Rita Cavaco visitou o bloco de partos e o serviço de internamento do hospital Amadora Sintra, no âmbito do protesto dos enfermeiros especialistas, que deixam a partir de hoje de prestar cuidados diferenciados por falta de pagamento desta especialidade. Há “falta de condições de segurança” porque “houve hospitais cujos Conselhos de Administração tomaram decisões conscientes de encerrar os serviços e aqui decidiram não o fazer”, disse.
De acordo com a bastonária, há um enfermeiro tarefeiro a prestar cuidados especializados no bloco de partos, “que não chega”, e cinco médicos. “Estamos a falar de um serviço que tem dois mil e tal partos por ano e não estão neste momento garantidas as condições. Se entrarem duas senhoras para fazer um parto ao mesmo tempo, estes médicos ou acodem a uma ou acodem a outra“, avança.
Qual a solução? “A solução prática para estas mulheres é o Governo que tem que encontrar. Têm mais maternidades aqui na zona de Lisboa, não pararam todos ao mesmo tempo, portanto tiveram um mês para se reorganizar e para dizer, em situações em que acontecer isto, para onde é que estas senhoras são transferidas porque a segurança delas tem que ser acautelada”, adiantou Ana Rita Cavaco.
Na altura em que falava aos jornalistas, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, o serviço contava com duas grávidas no internamento, avançou a bastonária, e ainda não se verificava a situação “de estarem duas a ter o parto ao mesmo tempo”. Mas a situação “tem de estar acautelada”, reforçou.
“Não sei se o senhor ministro está à espera que aconteça uma tragédia para depois vir pedir um relatório”, salientou ainda, dizendo que não percebe o “braço-de-ferro” porque estão em causa “trocos”. “Estamos a falar de um impacto mensal mais ou menos de três milhões e 600 mil euros”, frisou a bastonária.
Ana Rita Cavaco fez ainda questão de salientar que não está em causa uma greve: “os enfermeiros estão apenas a cumprir aquilo para que estão contratados”.
De acordo com a bastonária, dois hospitais — Guimarães e Aveiro — encerraram os serviços. No país, serão cerca de 6.000 enfermeiros a exercer a especialidade em Portugal, disse ainda.
Ainda esta segunda-feira, uma enfermeira afirmou à agência Lusa que a unidade de grávidas de alto risco do Hospital São Bernardo, em Setúbal, vai encerrar hoje de manhã por falta de enfermeiros especialistas.
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