Economia cresceu abaixo das expectativas no terceiro trimestre. Que impacto tem no conjunto do ano?
Depois dos dados do terceiro trimestre, alguns economistas consultados pelo ECO mantêm para já as suas previsões para o conjunto do ano, mas com precauções. Outros optaram por as alterar já.
A economia manteve, nos meses de verão, o desempenho do segundo trimestre e cresceu apenas 0,2%, abaixo das expectativas da maior parte dos economistas, que apontavam, em média, para 0,4%. Já em termos homólogos a evolução foi de 1,9% — o terceiro melhor desempenho a nível europeu, entre os países para os quais já há dados disponíveis. Mas, o que é que isto significa para o conjunto do ano?
Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, o Governo inscreveu uma previsão de crescimento de 1,8%, uma revisão em baixa face aos 2% estimados inicialmente. Esta previsão alinha com a do Conselho das Finanças Públicas, mas é mais otimista do que o Banco de Portugal, que cortou a sua previsão para 1,6% no Boletim Económico de outubro. O mais otimista é mesmo o Fundo Monetário Internacional que aponta para 1,9%, ainda assim, também uma revisão em baixa de um ponto percentual.
Mas todas estas previsões foram feitas antes de o Instituto Nacional de Estatística ter divulgado os dados referentes ao terceiro trimestre. A variação homóloga de 1,9%, uma progressão de 0,3 pontos percentuais face aos três meses do ano anterior, resulta de um contributo positivo da procura interna, que “aumentou ligeiramente”, com uma aceleração do consumo privado e uma diminuição do investimento. Já o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo.
Perante estes dados, alguns economistas consultados pelo ECO mantêm para já as suas previsões para o conjunto do ano, mas com precauções. Mas outros optaram por as alterar já.
“Estimamos agora um PIB entre 1,6% e 1,8%”, avança Pedro Braz Teixeira, o economista-chefe do Fórum para a Competitividade. “O terceiro trimestre foi dentro do esperado, mas no limite inferior do intervalo de previsão”, frisou o responsável justificando assim a revisão face aos anteriores 1,5% e 1,9%.
Já João Borges de Assunção, o economista coordenador do NECEP, admite que os resultados do terceiro trimestre “sendo ligeiramente abaixo do esperado”, continuam a ser consistentes “com um crescimento de 1,6% no ano”.
Mais otimista, Rui Bernardes Serra diz que continua a prever “um crescimento de 1,8% para 2024”, o que representa um abrandamento face aos 2,5% de 2023. Mas “agora com fortes riscos descendentes, tendo implícito uma forte aceleração no quarto trimestre”, tal como aconteceu nos últimos três meses do ano passado, quando o PIB subiu em cadeia 0,8%, acrescentou o economista-chefe do Montepio.
Já o BPI, numa nota de conjuntura, antecipa um “crescimento real do PIB de 1,7%”, sendo que “os riscos para a atual previsão revelam-se equilibrados”.
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