Relatório da CGD não vê pressões da tutela na gestão do crédito
Relatório preliminar da primeira comissão de inquérito à CGD não viu indícios de práticas de pressão da tutela na política de concessão de crédito.
O relatório preliminar da primeira comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, da autoria do deputado socialista Carlos Pereira, não vê a existência de pressões da parte dos governos na política de crédito do banco público desde 2008. Também aponta críticas ao Governo de Passos Coelho e Banco de Portugal na recapitalização “concretizada pelos mínimos” em 2012.
Estas são duas das conclusões que se podem extrair do relatório preliminar que será apresentado esta terça-feira, no qual o deputado do PS escreve que “em nenhuma situação ocorreram declarações na comissão parlamentar de inquérito que permitissem concluir da existência de práticas de pressão da tutela para aprovação de crédito, em nenhum dos períodos em análise”, de acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago) e com a TSF (acesso livre) que tiveram acesso a uma síntese do documento.
“Os testemunhos recolhidos afastam a ideia de pressões da tutela e estabelecem as explicações para, quanto muito, erros de análise de projeto e de previsão ou à inesperada dimensão da crise económica e financeira que teve início com o subprime em 2008″, lê-se no relatório.
A comissão de inquérito incidiu sobre as causas da capitalização da CGA em 2017 num montante de 3,9 mil milhões de euros. E no relatório preliminar é concluído que a recapitalização de 1,65 mil milhões ocorrida em 2012 foi “concretizada pelos mínimos”, facto que mereceu críticas de Carlos Pereira direcionadas ao Governo de Passos Coelho e ao Banco de Portugal e que é uma das razões para quais a instituição precisou de mais dinheiro este ano.
Além disso, o deputado socialista adianta que muitos documentos oficiais não chegaram à posse dos deputados do inquérito parlamentar, o que não permitiu retirar conclusões acerca de sete casos específicos em que houve dúvidas acerca do envolvimento da CGD: a transferência do fundo de pensões para a Caixa Geral de Aposentações; as relações com o grupo Champalimaud; a ligação ao BCP; Vale do Lobo; La Seda; Autoestrada Douro Litoral e Cimpor.
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